Uma árvore de Natal mágica - Contos de Natal 2022
Era uma vez um menino chamado Rafael. Ele era um menino muito inteligente, curioso, sensível e gentil.
Um dia, enquanto brincava no quintal do bisavô José, o Rafael encontrou uma caixa cheia de estrelas. Essas estrelas tinham pouco brilho, talvez porque estavam cansadas, sujas e velhas.
O menino não percebeu inicialmente para que serviam aquelas estrelas mas sentiu que elas eram muito especiais e pegou na caixa e correu até ao pé da mãe.
- Mamã, Mamã! Encontrei esta caixa cheia de estrelas. São tão bonitas! Sabes para que serve?
A mãe, com lágrimas nos olhos e aquele sorriso típico da nostalgia, sorriu e respondeu:
- Quando eu era pequena o bisavô José enfeitava sempre uma árvore no quintal. Essas estrelas eram os seus enfeites e elas brilhavam tanto mas tanto... E todos os vizinhos vinham vê-la. E quando os meninos pediam desejos eles eram normalmente atendidos desde que os seus corações estivessem cheios de Amor.
No entanto esta árvore de Natal já não era feita há alguns anos... Desde o momento em que a estrela mais brilhante lá de casa deixou de brilhar.
O Rafael, encantado com a história propôs:
- e se fizéssemos a árvore de Natal mágica? Assim podíamos voltar a aquecer o coração daqueles que passam aqui pela rua e que tanto precisam de luz nestas noites frias.
A mãe parou para pensar. As saudades as vezes doem mas são, no entanto, o preço a pagar por termos vivido momentos tão bons e sido acarinhados por pessoas tão especiais. E será que não é repetindo os gestos e as tradições de outrora nos fizeram tão felizes que mantemos vivos aqueles que já cá não estão tanto na nossa memória como no nosso coração?
E assim, depois desta reflexão, a mãe desafiou o bisavô José e o avô Antônio a voltar a fazer a árvore de Natal mágica.
E todos três, acompanhados pelo pequeno Rafael, assistiram a todas as pessoas que, naquele frio Dezembro, passavam ali à porta e ficavam com um sorriso nos lábios e o coração tão quentinho que parecia que tinham um fogo a arder no peito.
E quanto mais os dias passavam e mais nos aproximavámos do Natal mais as estrelinhas da árvore brilhavam. E lá em cima no céu uma estrela brilhava ainda mais.
Nunca escrevi um conto de Natal tão cedo mas também nunca demorei tanto tempo a publicá-lo. Mas mais vale tarde do que nunca e aqui está a minha participação no Desafio dos Contos de Natal que a Isabel tão bem anima e que já fazem tão parte do meu Natal. Um grande beijinho de Boas festas, um excelente 2023 e nunca se esqueçam que o Natal é quando nós quisermos e começa sobretudo no nosso coração.