Um pensamento nos avós
Tive a sorte de ter crescido lado a lado com os meus avós. Tenho ainda mais sorte de, aos 32 anos de idade, contar com 3 deles ainda na minha vida.
Foi-me permitido partilhar com eles momentos tão especiais como a minha entrada na faculdade, a minha licenciatura e o meu casamento. Os três com os seus problemas de saúde mas presentes e a aproveitarem o momento.
Hoje em dia a distância física que já existia por eu viver longe triplicou devido às restrições de viagens e isolamento social. Se ainda há um ano ir a Portugal era relativamente fácil e barato, as coisas complicaram-se depois e não estão sequer perto de melhorar...
A verdade é que, desde há alguns tempos, a ideia do "será que ainda os volto a ver?" me atormenta um bocadinho. E por isso mesmo tento compensar isso com mais telefonemas regulares e videochamadas (quando existe a possibilidade de um intermediário). Não equivale nem de perto nem de longe a um beijo e um abraço apertado mas pelo menos já aquece um bocadinho o coração e dá aquela ideia de estar próximo, mesmo longe.
E os nossos avós estão a sofrer com esta solidão forçada, muitas vezes complicada pela impressão de que deixá-los seguros é deixá-los isolados.
O que vos quero deixar hoje é uma lembrança para ligarem aos vossos avós, ou para visitá-los com cuidados mas com carinho. Porque os nossos avós, que nos ajudaram a construir tantas memórias, também precisam delas para viver e nós somos a maior prova viva de muitas dessas recordações.
E em época de interdição de afetos físicos que os sentimentos deixem de ser expressados. Porque todos nós precisamos uns dos outros especialmente daqueles que nos são tanto.
E vocês já pensaram nos vossos avós hoje?
Photo by Sheggeor laker on Unsplash
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