Tira um Tempo para Ti!
Quando vim morar sozinha para a Cidade dos Leões percebi algo muito importante sobre mim mesma: apesar de tudo aquilo em que eu acreditava tinha um medo danado de estar sozinha.
Nunca fiquei ansiosa mas, por vezes, sentia-me receosa. No entanto nunca deixei de ir onde bem me apetecia e conhecer tudo aquilo que havia a conhecer.
Reconheço que nem sempre é fácil sentar-se sozinho a almoçar e que a primeira coisa que temos tendência a fazer é pegar no telemóvel, esse engenho mágico que nos permite estar conectados 24 horas por dia.
Mas, e se fizesses um esforço para apreciar a tua própria companhia? Pode ser assustador mas a experiência que advém do facto de sabermos estar sozinhos é enorme. Asseguro-te que é enriquecedor estarmos realmente conectados a nós mesmos.
Não te sugiro que faças uma viagem à volta do Mundo sozinho, ou que te mudes para uma cidade estrangeira onde não conheces absolutamente ninguém. Isso não é para todos e eu sou a primeira a admiti-lo.
Mas, e se simplesmente saísses para dar um passeio num parque perto de casa ou beber um café sozinho. Ou se tirasses o dia para ti e conduzisses até à tua praia preferida? Ou fosses finalmente ao cinema ver aquele filme que te interessa tanto mas que não consegues convencer ninguém a acompanhar-te?
Pode fazer alguma confusão no início, especialmente quando é uma experiência que nunca tiveste antes. E serão muitas as "vozinhas más" que se vão ouvir dentro da cabeça a tentar convencer-te de que é tudo um absurdo e que o melhor a fazer é largar tudo e voltar para casa, para a tua zona de conforto.
Mas se resistires, se aguentares o desafio a que te propuseste e nem pensares no telemóvel vais sentir-te mais confortável aos poucos. E quando deres por ti estarás tão ligada a ti própria e a tudo o que te rodeia que vai apetecer-te estar a sós mais vezes.
E os teus sentidos estarão mais despertos a cada nova aventura e chegarás ao ponto de reparares em coisas nas quais nunca tinhas reparado: à tua volta ou dentro de ti própria.
(Este texto foi escrito num café no Porto, num dia que tirei para mim mesma aquando das férias de Verão)
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