Tenho uma tendência natural para a desorganização. Mas para contrariar isso acabei por criar uma aversão às "más surpresas" ou aos esquecimentos. Ora a única solução que encontrei para ajudar foi anotar tudo e mais alguma coisa.
E conforme a família cresce as minhas necessidades de organização também se alteram. E esta rentrée ainda mais: com os nossos horários que são, em alguns dias, diferentes, os fins de semana de trabalho de um ou de outro, as atividades do grande que, não sendo muito numerosas são em datas diferentes e as consultas do pequeno, a adaptação à creche e por aí fora.
A agenda partilhada que tenho com o meu marido via Google continua a ser fundamental para nós. A possibilidade de verificar na em tempo real a disponibilidade do outro para fazer uma troca ou marcar uma consulta é bastante prático (claro que uma mensagem a informar ou a confirmar as informações fica sempre bem, afinal não é porque somos casados e temos uma agenda em comum que não temos de comunicar, antes pelo contrário).
Se o bullet journal foi durante anos um aliado acabei por deixá-lo de lado já que é bastante cronofagico e a falta de um quadro pré-estabelecido não ajuda.
Uma agenda escolar com uma página por dia foi a minha opção para este ano lectivo. Como as páginas são espacosas permitem colocar anotações relativas aos compromissos e mesmo anotar a minha lista de afazeres.
As minhas outras listas continuam a ser fundamentais e tenho um pequeno bloco de notas dentro da mala para tudo o que é pessoal e um outro no bolso da farda para o profissional.
Estamos juntos há oito anos. Primeiro jogo de Portugal no Europeu de França (aquele famoso em que fomos campeões europeus).
Oito anos que se traduziram em (já) 4 de casamento, um apartamento, um filho e um segundo a pôr o nariz de fora daqui a tudo.
Oito anos em que nem tudo foi um Mar de Rosas mas antes uma sucessão de altos e baixos. Oito anos e as borboletas no estômago que já foram embora há muito mas que ficou a segurança de quem já se conhece bem e que já aceitou o outro como ele é.
Ele é o pragmatismo, muitas vezes o pessimismo. É a rigidez das tarefas e a organização em pessoa. Eu sou o romantismo em estado puro, aquela que vê o copo sempre "meio-cheio". Desorganizada q.b., menos focada nas coisas para fazer mas muito mais atenta ao que se passa à nossa volta.
Somos complementares e nessa complementaridade reside a nossa força. Somos, se calhar, um bocado "verdes" e nem sempre usamos isso a nosso favor. Já discutimos por querermos fazer o outro à nossa imagem e semelhança. Mas também já tomamos consciência de que é importante perdoar, dar as mãos e seguir em frente independentemente porque o verdadeiro amor não está nos altos mas sim nos baixos da vida. É nesses momentos que tudo se torna difícil!
Por estes dias teve lugar a Primeira Comunhão do meu afilhado. Apesar de não ter estado presente a questão: o que dar de lembrança impunha-se! E quando me lancei em pesquisas na internet encontrei sugestões tão estapafúrdias que me decidi a pensar pela minha própria cabeça, a focar-me no essencial e, já agora, a partilhar convosco as sugestões que me vieram à cabeça.
Quero no entanto deixar alguns lembretes sobre este tipo de festas e que advêm sobretudo do bom senso.
Em primeiro lugar ninguém é obrigado a dar nada apesar de que participar com qualquer coisa, sobretudo quando há uma recepção por muito pequena que seja em seguida, ficar bem. No entanto e em caso nenhum devemos tirar comida da nossa boca ou da boca dos nossos filhos para oferecermos o que quer que seja, muito menos coisa demasiado caras e que não entram no nosso orçamento!
Em segundo lugar acho inevitável relembrar que uma Primeira Comunhão não é nem um casamento nem um batizado (e já estes dois me parecem completamente diferentes apesar de cada vez mais se comemorar um e outro de igual forma) e por ser uma festa modesta requer presentes modestos e adequados. E é por isso que as opções que aparecem nos sites de internet e que se resumem a oferecer um smartphone ou um video-jogo me parecem desadequadas à ocasião.
Em terceiro lugar acho importante relembrar que a nossa presença (ou a nossa lembrança) é o mais importante para aquela família. Por isso a nossa presença sorridente e disponível (independentemente de acharmos tudo aquilo uma seca) durante toda a cerimónia e uma apresentação adequada ao momento solene que se vive parece-me fundamental (e um ponto cada vez mais esquecido).
Mais uma vez, não precisamos de nos vestir com a mesma formalidade com que iriamos a um casamento mas optar por algo que não seja calças de ganga, t-shirts ou roupa desportiva não custa assim tanto e demonstra respeito e vontade de honrar o convite.
E passemos agora às sugestões:
- A Roupa da Primeira Comunhão:
A minha escolha enquanto madrinha foi a de oferecer a roupa da primeira comunhão. Para isso contactei a mãe com algum tempo de avanço para organizar as coisas e, devido à distância, dei-lhe carta branca para escolher o que quiser e me enviar a fatura.
Estamos de acordo que não é um presente que toda a gente se possa permitir a oferecer mas pareceu-me adequado, sobretudo porque nestes dias os pais tem sempre alguns gastos a mais, e isso independentemente da simplicidade da festa e do número restrito de convidados.
E se posso oferecer algo significativo ao meu afilhado ao mesmo tempo que "ajudo" os pais de uma forma que me é possível porque não o faria?
- Contribuir para a Festa:
Dar uma contribuição para a festa pode também ser uma excelente opção de presente, especialmente se temos algum talento que possamos colocar ao serviço do comunhante e da família.
Pessoas com jeito para doçaria podem oferecer bolos para a recepção ou porque não "O Bolo de Primeira Comunhão", pessoas com bons dotes culinários podem preparar algumas coisas simples, pessoas que tenham jeito ou que trabalhem como designer gráficos ou outro podem perfeitamente ajudar a personalizar e imprimir as pajelas oferecidas pelas crianças nestes dias e, por fim, quem tem um jardim onde pode colher frutos, legumes ou flores pode participar seja com saladas e frutas para a receção ou flores para a igreja.
Existem mil formas de "dar um presente" em serviços em função dos nossos talentos e possibilidades. É no entanto importante falar com os pais e o comunhante a tempo e porque não dar-lhes a oportunidade de recusar a oferta, se assim o entenderem. Mas o mais certo é ficarem contentes com a ajuda e vos agradecerem imenso!
- Joias:
Apesar de ser quase sempre a família chegada que oferece este tipo de presentes as opções de joalharia podem ser sempre possíveis, escolhendo as peças em função da nossa carteira e possibilidades.
- Livros (religiosos ou não):
Os meninos que fazem a Primeira Comunhão já sabem ler e, por isso, um presente literário parece-me uma boa escolha!
Podemos optar por obras religiosas e neste caso aconselho a Loja Oficial do Santuário de Fátima onde, nos meus anos de catequista, pude encontrar verdadeiras maravilhas.
Outros livros, não necessáriamente religiosos, podem ser também uma excelente opção à condição de escolher algo que se adeque com à situação.
Livros que falem de amizade, lealdade e amor ao próximo são possíveis de encontrar no comércio tradicional e nas livrarias dos supermercados mas é preciso procurar um bocadinho porque infelizmente não são os que dispõe de maior oferta!
- Artigos Religiosos:
Ainda hoje guardo com carinho uma biblia que me foi oferecida pela ocasião da minha própria Primeira Comunhão e que se está a tornar um dos livros preferidos do meu filho de quase 3 anos.
Posto isto, e em função das nossas possibilidades e até das nossas crenças, artigos religiosos podem ser também uma boa ideia de presente: terços infantis, uma pequena cruz para decoração, uma biblia ilustrada ou um álbum para guardar as recordações deste dia podem ser presentes bastante interessantes e que se adequam a bastantes carteiras.
E onde podemos encontrar este tipo de coisas? Nas lojas de carís religioso que ainda existem em algumas cidades, online na Loja Oficial do Santuário de Fátima de que já falei em cima ou, para mais originalidade, em criadores de artesanato local ou no site ETSY.
E por aí há alguma festa deste género em vista? Gostaram destas sugestões?
Ao longo dos últimos anos escrevi uns quantos posts com ideias de atividades para o Dia da Mãe. Apesar de ser um dia um tanto ou quanto comercial a verdade é que acredito que deve ser festejado não dando prendas caras mas dedicando tempo.
Este ano, e para mudar um bocadinho de registo, decidi trazer-vos uma reflexão sobre a relação Mãe-Filha. Será que ela tem de ser sempre conflituosa ou pode ser uma relação saudável e estimulante para as duas?
Para me inspirar nesta reflexão tive o privilégio de escutar alguns episódios do podcast do Dr. Eduardo Sá para o jornal "O Observador". Podcasts esses que vos aconselho absolutamente, sobretudo se problemas familiares e parentalidade fazem parte da vossa vida. Claro que o resto da reflexão advém da minha própria experiência enquanto filha (e atualmente mãe, porque sim a nossa visão muda) e também da experiência de amigas com quem pude discutir sobre o assunto.
Em primeiro lugar quero deixar claro uma coisa: agora tenho uma excelente relação com a minha mãe. Uma relação que foi construída ao longo dos anos e que, como todas as relações que desenvolvemos ao longo da nossa vida, teve momentos melhores do que outros.
Se é verdade que conhecemos as nossas mães desde sempre, também é verdade que tantos elas como nós evoluímos de forma diferente e pessoal e por isso mesmo uma adaptação é constantemente necessária. E isso é a chave do sucesso de qualquer relação.
No nosso caso somos mulheres à primeira vista diferentes, com experiências de vida diferentes, com caminhos diferentes e com objetivos diferentes.
Nunca me quis ver como cópia da minha mãe pela simples razão de que acredito que a missão da mãe é a de educar, acarinhar e fazer crescer nunca esquecendo que é preciso dar asas para voar e armas para se safar na vida real fora dos braços maternos. Esta visão da maternidade que tenho marcada em mim de forma quase inata é a mesma que repito a mim mesma, todos os dias, agora que também eu sou mãe.
Apesar de nunca termos falado sobre o assunto de forma assim tão aberta tenho a impressão de que a visão da minha própria mãe é semlhante o que me garantiu um "porto seguro" permanente.
Se tivemos alguns altos e baixos ao longo dos anos e das diversas fases da vida de cada uma? Tivemos, claro. Da parte dela a tentativa de proteção e uma certa tendência para me tentar guardar em "terreno seguro e conhecido" provocaram-me algumas vezes um certo sentimento de frustração e de incompreensão.
Por outro lado o meu "espírito de contradição", a vontade quase vital de ser autónoma o mais rapidamente possível e, sou honesta, um certo desprezo pelos valores recebidos (que hoje assumo quase completamente como "meus" mas que como qualquer adolescente ou jovem adulta tive uma certa tendência a querer negar) não lhe facilitaram a vida!
Apesar disso nunca me lembro de termos perdido o respeito uma pela outra, nem mesmo nos períodos em que nos movimentamos em "areias movediças".
A minha mãe teve o mérito de me dar espaço para escolher, errar e aprender com isso, mesmo quando claramente isso não a deixava descansada ou agradada. Eu, por outro lado, nunca deixei de ouvir os conselhos (mesmo os não solicitados) guardando no coração o que era para guardar assim como nunca deixei de assumir as minhas responsabilidades.
Em várias situação acabei por deixar a falta de humildade tomar conta de mim e não procurar o tal "abraço-casa" não porque ele não estivesse lá mas porque queria provar-me a mim mesma que era capaz de lidar com as coisas sozinha. Pelo contrário, sempre que foi solicitada a minha mãe esteve lá para mim sem um vacilo sequer.
Uma das coisas mais engraçadas é que fora alguma parecença física somos mulheres diferentes: Eu sou provavelmente a mais feminina de nós duas, tenho a cabeça mais atulhada de sonhos grandiosos e de livros e as minhas aspirações são provavelmente mais "mundanas". A minha mãe, pelo contrário, é mais simples e prática, parte quase sempre do principio de que os outros são "boas pessoas", empenhasse na vida comunitária da freguesia onde mora e envolve-se em algumas organizações de uma forma altruísta. É também aquela mulher fiel à palavra família, seja ela próxima ou alargada.
Ao longo dos anos aprendi a observar também as nossas semelhanças. Muitas vezes aquilo que mais me irrita nela é o espelho de mim própria que me é reenviado. Acho que de certa forma também lhe herdei o gosto de ajudar o outro pelo prazer de ajudar e de ter a casa cheia. Gosto de comer bem e para mim a hora da refeição em família é também sagrada!
Se vos falo deste caminho percorrido é, não só porque acho que a história que tenho com a minha mãe vale a pena, mas também porque me dou conta da quantidade de mulheres à minha volta que não se entendem com as mães.
Claro que excluo os casos mais graves em que o afastamento de um lado ou de outro é necessário, mas existem muitos casos em que a procura de perfeição de uma na outra é realmente a causa principal dos problemas. E é com isto na cabeça e a impressão que um certo "passo atrás" permitiria a muitas mãe e filhas de se reencontrarem, reconhecerem, crescerem juntas e admirar as mulheres fabulosas que uma outra são que vos escrevo este texto.
E posto isto deixo-vos refletir no assunto, partilhar o post com alguém que esteja mesmo a precisar de o "ler" e sobretudo desejar a todas as mães (e filhas) um excelente Dia da Mãe!
Na passada Sexta-feira, uma colega chegou à nossa sala comum durante o tempo de almoço. Vinha de uma consulta médica em que lhe foi dada mais baixa devido a uma fratura.
O seu estado de espírito meio "choramingão": aborrecida mais com as circunstâncias, o facto de não puder fazer o que gostaria e das dores do que de tudo o resto.
Conversa puxa conversa, enquanto "deitava cá para fora" toda a sua mágoa e frustração sairam-lhe da boca para fora várias queixas sobre o marido e os filhos.
Quem não sabe o que é estar mal na sua pele e dividir casa com essas pessoinhas que nos podem levar de um extremo ao outro em menos de nada que atire a primeira pedra! Sobretudo quando o cansaço, o stress e a excitação do outro lado estão também em nível elevado.
No entanto o que se seguiu não deixou de a surpreender: uma enxurrada de críticas ao marido que, "como todos os homens" é um incapaz e as crianças umas ingratas como aliás são todas também.
Nenhuma das pessoas que falou parou um segundo que fosse para pensar em como o estado emocional dela podiam estar a fazê-la ver as coisas de um ângulo bem mais negativo e penoso do que o que realmente se passa lá em casa. E que não é assim que se ajuda ninguém.
Ainda há uns meses atrás uma outra colega, mãe de dois adolescentes e cujo marido trabalha bastante (o que se diga de passagem permitiu à família comprar uma casa num dos bairros mais cobiçados da cidade) me dizia que começava a ficar farta dos comentários mais ou menos azedos de certas colegas sobre os horários de trabalho do marido e à incompreensão total de que, apesar de nem sempre ser "agradável" era esse o funcionamento deles enquanto casal e a forma como decidiram lutar pelos seus objetivos familiares: ele com o trabalho (e consequentemente o dinheiro que faz entrar em casa) e ela com a escolha que fez em ter um emprego com horários mais clássicos mas podendo estar mais disponível para os filhos, sobretudo na gestão do dia a dia.
O problema é que se tanto se sabe sobre a vida comum e as dificuldades que um e outro enfrentam é porque ela fala nisso também, e mais do que devia claramente...
Estas duas histórias têm um ponto em comum: o facto de as pessoas se confessarem à primeira orelha sem colocarem em causa a intenção e a disponibilidade de quem escuta.
Se, por vezes, precisamos de desabafar com alguém, o que é humano, temos a obrigação para connosco próprios e para com os visados de escolher com quem o fazemos. Alguém da nossa extrema confiança e cujo bom senso e lealdade nos suportem, nos encoragem e nos permitam ver as coisas por um "outro ângulo".
E é nestas ocasiões que uma certa reserva são benéficos, já que nos protegem de comentários que, baseados numa boa intenção ou não, nos podem ferir ainda mais e ainda nos arriscamos a tornar a nossa intimidade familiar o próximo tema de conversa "da máquina de café".
Escusado será dizer que podem haver situações mais extremas e que precisamos mesmo de falar nelas mas, mesmo aí, o conselho de alguém de confiança continua a ser mais útil do que a "logorreia" de três ou quatro pessoas "bem pensantes" que estão mais preocupadas em ouvir-se a si próprias do que em ouvir e apoiar quem realmente precisa!
E depois desta Sexta Feira só me apraz levar as mãos aos céus e dizer: Mais "pudor", por favor!
Uma das minhas grandes preocupações em relação à educação do meu filho passa também pelo bilinguismo. Vivendo em França mas com toda a família e as raízes em Portugal parece-nos fundamental ajuda-lo a aprender as duas línguas ao mesmo tempo.
E se parece coisa fácil, já que "basta os pais falarem para eles aprenderem", a verdade é que este bilinguismo, sobretudo quando desejamos um bom nível em ambas as línguas, tem a sua dose de "desafio".
Hoje gostaria de vos relatar alguns desafios aos quais nos temos confrontado agora que ele já começa a falar. Considero que para nós que falamos todos a mesma língua é mais fácil do que se apenas um dos pais ensina a língua minoritária.
Uma das maiores dificuldades que sentimos nele é a de perceber onde e com quem deve falar português ou francês. Se não demonstra ficar frustrado com o facto de as pessoas não o perceberem quando fala a língua "errada" acreditamos que seja nosso trabalho explicar-lhe com quem e onde deve falar o quê.
Outro desafio, mas este é sobretudo para nós pais, é o de sermos ainda mais vigilantes com a nossa própria linguagem. Porque, como toda a gente, fazemos atenção à linguagem demasiado familiar mas também somos obrigados a evitar os "francesismos" que por facilidade utilizávamos antes de ele nascer!
Um outro ponto que tem de ser aceite por todos nós é o "sotaque" dele. Se é comum entre os miúdos bilingues terem algum sotaque ao inicio é verdade que, enquanto adultos, temos tendência a corrigir tudo até à exaustão. E isso é bastante desencorajador para a criança. No nosso caso temos uns brilhantes "R" e "el" à francesa e sinceramente, por enquanto, achamos que é bastante charmoso.
Um bocado no seguimento do ponto anterior, temos tentado trabalhar a nossa indulgência e a nossa perseverança em todos os momentos. Não o frustrar demasiado com correções e criticas, nem cair na facilidade de falar a língua que para ele é mais cómoda.
Mas afinal o que temos colocado em prática ao longo dos últimos seis meses para o ajudar nesta aprendizagem dupla?
Falar português em casa sempre que possível é indiscutivelmente importante, mas permitir-lhe socializar com outras pessoas é igualmente fundamental. Estimulamos ao máximo os tempos de conversa com os avós, mesmo que seja via videochamada. Quanto ao francês, a creche é o ponto principal de aprendizagem mas também o incitamos a jogar com outras crianças no parque e a comunicar com outros adultos, sejam pais de outras crianças na creche, amigos nossos ou mesmo caixas do supermercado.
Cantigas, histórias e desenhos animados em ambas as línguas são também ferramentas que tentamos colocar ao nosso dispor e que adaptamos em função das necessidades que ele apresenta. Claro que, em qualquer uma delas somos exigentes nas escolhas, sobretudo a nível de nível de linguagem.
Já falei lá atrás mas, para mim, a perseverança e o reforço positivo são peça chave para ele apreciar ambas as línguas e sermos confrontados o mais tarde possível com o facto de ele não querer falar uma delas, que é algo comum em miúdos bilingues.
Ao longo do tempo temos também tentado envolver as outras pessoas que fazem parte da vida dele neste processo. Na creche a "atitude conciliadora" foi mesmo muito importante sobretudo numa fase em que ele falava mais português do que francês. Com uma atitude compreensiva em relação às informações e inquietações do pessoal da creche mas defendendo a importância que a equipa pode ter em todo este processo conseguimos encontrar um equilíbrio e um ambiente favorável à aprendizagem das duas línguas. Trabalho semelhante foi também necessário com as nossas famílias e amigos.
Este testemunho é apenas o resumo dos nossos primeiros passos neste caminho de educar um miúdo bilingue, quem sabe quantos outros se seguirão...
"Festejei" o mês passado os meus primeiros dois anos e meio neste caminho da maternidade. O balanço geral é excelente tanto que contamos repetir a experiência daqui a alguns meses. Mas existiram alguns altos e baixos pelo caminho e é deles que fala este post.
Espero que gostem, que compartilhem as vossas experiências e que o façam chegar a uma futura ou recém-mamã que precise de um incentivo.
- É verdade que nada será como dantes... mas isso não é necessariamente mau:
Dizem-nos muitas vezes que depois do nascimento do bebé nada será como dantes. É verdade que a disponibilidade para muitos outros aspetos da minha vida foi reduzida e que o equilíbrio entre o novo papel de mãe e todas as outras facetas da minha vida foi difícil a conseguir. No entanto aquilo que na altura considerava um "dano colateral" considero hoje como uma simples readaptação das coisas: o pouco tempo que temos em casal é mais intenso e mais bem aproveitado, os amigos que se afastaram seguiram os seus percursos de vida e as amizades são assim mesmo, as atividades que mantive são mesmo aquelas que me "enriquecem" e tornei-me muito mais eficaz na maioria das atividades que exerço.
- O Parto é só o início de tudo:
À força de querermos falar de tudo "sem tabus" acabamos por esquecer que há muitos "tons de cinzento".
Aconteceu-me isso com o parto. E li tanto sobre o preparar para o parto e o como recuperar rápido do parto e sobre o famoso pós-parto que me esqueci do que esse momento significava.
E acreditem que, apesar de não poder dizer que foi o momento mais agradável da minha vida, não foi, em todo o caso para mim, o pior deste caminho todo. Claro que contei com o apoio incondicional do meu querido marido e da equipa médica que foi excelente.
- Aceitar as escolhas da criança é desafiante:
Com dois anos e meio o meu filho não toma decisões muito "importantes" mas, dentro do que nos parece sensato, tentamos deixa-lo fazer escolhas controladas. E já assim acho complicado de aceitar as suas escolhas em relação ao livro (que a mãe até nem gosta muito) mas que era totalmente correto e que ele escolheu na biblioteca, do facto de ele reclamar do cheiro do novo gel de banho que usamos para a sua pele atópica e da camisola que quer vestir e que é sempre a mesma.
Digo-me a mim mesma que tenho muito trabalho para me preparar para quando as suas escolhas forem mais complexas.
- Sofás brancos numa casa com crianças SÓ MESMO no instagram:
Se ainda não desisti de ter a casa mais ou menos limpa e arrumada, já percebi há algum tempo que a "limpeza imaculada" é incompatível com uma casa de família. Por isso, e como renuncio a passar trinta vezes por dia o aspirador e a impedir o miúdo de usar para o sofá ou molhar tudo durante a lavagem dos dentes, acabei por me conformar com isso. E a verdade é que, quando o quarto dele não está virado do avesso mal chega da creche, é porque está "a chocar alguma". Por isso viva a desarrumação!
- Ninguém te conta tudo... mas conversar com outras mães pode ajudar:
Queixava-se uma amiga recém mãe que nunca lhe "contaram que era assim". É um facto que escondemos, de forma mais ou menos voluntária algumas das nossas derrotas ou dificuldades. No entanto, ir direito a algumas mães mais experientes e que estão disponíveis para falar abertamente e aconselhar é muito bom. Em primeiro lugar porque alguém já enfrentou aquele problema com um dos filhos e segundo, mesmo que nem todos os conselhos sejam bons, há ideias que podem ser aproveitadas e adaptadas aos nossos.
Mas atenção à escolha das pessoas em quem confiamos!
- Divisão de tarefas a 100% não funciona:
Ou em todo o caso connosco não funcionou. Passo a explicar: entramos neste caminho da paternidade com a ideia de que tínhamos de dividir tarefas de igual para igual. Caricaturando as coisas era mais ou menos numa do "agora mudas tu a fralda, daqui a pouco mudo eu". No entanto esse método em vez de nos ajudar acabou por nos prejudicar bastante.
Com o tempo, e algumas discussões depois, acabamos por enveredar pelo caminho das "duas equipas", cada uma gerindo o que faz melhor e ajudando-se entre si. Um cozinha enquanto outro dá banho, um gere as consultas médicas e os horários da creche enquanto o outro vai deitando um olho ao que é preciso juntar na próxima lista de compras... e por aí fora. Participação das duas partes sim, mas sem cair em extremismos porque com eles nada vai para a frente!
Ou o que aprendi comigo e com as prendas que compro para os bebés das amigas
Por este lado tem sido uma "chuvinha" de bebés a nascer e a busca pelos presentes "perfeitos" inspirou-me este post.
Apesar de não ser "obrigatório" acho que todos nós gostamos de presentear os pequenos seres que chegam a este Mundo, especialmente quando eles são filhos de familiares ou de amigos próximos.
No entanto, e antes de começar, gostaria de deixar duas ideias importantes. A primeira é a de que não é o valor da prenda que conta mas sim a intenção e, por vezes, são as coisas mais "modestas" as mais apreciadas. Se não puderem dar mais nada façam algo vocês mesmos, sem vergonhas.
A segunda ideia que me parece importante é a de não nos esquecermos do valor que tem um postal ou um cartão manuscrito. Ao contrário do resto, estes podem ser "guardados à vida", e na época do digital em que se tornou mais fácil colocar o número do cartão num qualquer site internet do que escrever algo pela própria mão, esta ganha ainda mais valor.
Posto isto, deixo-vos aqui as minhas sugestões para presentes de nascimento.
- Comida e ajuda:
Os primeiros dias de um bebé são "fogo" e quem já passou por isso sabe bem.
Por isso um dos presentes mais apreciados pelos pais são refeições já prontas (e se o "doador" não for propriamente um "Cordon Bleu" ou se forem pizzas congeladas do supermercado não faz mal nenhum) e pequenos serviços (ocupar-se dos filhos mais velhos aliviando assim os pais que tem mais do que um, ir ao supermercado buscar algo de que precisem ou proporem-se para gerir alguma roupa da família) serão presentes mais do que apreciados.
E mesmo o bebé beneficia já que não há nada de que precise mais do que pais com condições para se ocupar dele.
- "Vouchers de Serviços":
Continuando nas prendas "desmaterializadas" (e quase gratuitas) porque não ser imaginativo e criar para os pais uma caderneta de "vouchers de serviços" com validade de um ano, por exemplo.
Nele podem estar coisas como "ficar com o bebé durante uma hora para a mãe tomar banho", "ajudar com uma remessa de potes de fruta" ou "trocar uma fralda bem suja"... a ideia é mostrarem a vossa disponibilidade sem imposição, deixando assim aos pais a decisão de vos pedir ajuda quando assim o entenderem. A importância de ter uma data de validade é também a de lhes mostrar a vossa disposição mesmo quando o bebé for maior, quando as ajudas são mais escassas e as outras pessoas já passaram a outra coisa.
- "Consumíveis":
A chegada de um bebé é sinónimo de despesa para os pais e, por isso mesmo, consumíveis podem ser uma excelente ideia de prenda.
Pacotes de fralda, latas de leite, potes de comida com validades longas podem ser presentes extremamente úteis e benvindos! E têm a vantagem que podem dar apenas um artigo ou pelo contrário constituir um cabaz em função das vossas possibilidades. Podem ter a certeza que os pais agradecem!
- "Box Bebé":
Quando o meu filho nasceu tivemos a sorte de ser presenteados com uma box e adoramos o conceito.
Entretanto com o nascimento de filhos de dois casais amigos procuramos o mesmo conceito em Portugal e encontramos a marca "Mimobox".
Os nossos amigos ficaram maravilhados com a constituição das boxs que lhes foram de extrema utilidade.
Não é um presente muito barato mas é uma excelente ajuda já que se constitui de consumíveis de marcas diferentes que permitem testar e ver o que convém aos bebés (e também às mães já que a mimobox é também dedicado a elas).
- Roupa para idades mais avançadas:
Quando o nosso filho nasceu fomos extremamente mimados já que recebemos muitos presentes.
No entanto a maioria das peças de roupa eram de tamanho 1 e 3 meses o que fez com que as vestissemos pouco, especialmente as coisas mais "arrumadinhas", e ainda guardamos muita coisa que nunca chegamos a estrear. Confesso que isso me deixou um pouco frustrada.
Pelo contrário, uma colega e amiga ofereceu-nos um casaco de Inverno, o que por si só já é um presente extremamente generoso, em tamanho 3 anos. O pequeno ainda hoje o usa, é o seu casaco de todos os dias, e foi de longe o presente mais útil que recebemos.
Por isso não fechem a porta à ideia de dar roupa para mais tarde, quando as crianças crescerem e os presentes se tornarem escassos.
- Cartões Presente:
Na mesma ótica do deixar os pais escolher o que lhes dá mais jeito quando lhes dá mais jeito, os Cartões Presente podem ser bastante úteis. Podem não só servir para comprar roupa como para dar uma "ajudinha" na compra daquele artigo mais caro. Já que é para dar prazer, que seja até ao fim.
E por aí, quais os presentes que acham mais "úteis" para oferecer aos recém-nascidos e as seus pais? Já ofereceram algumas destas coisas? Fico a aguardar as vossas respostas e sugestões!
Se os meus pais cometeram erros comigo?! Com certeza... mas sempre se esforçaram para me dar o mais apropriado com o máximo de esforço e a melhor informação que tinham na altura.
Os meus pais foram muito exigentes comigo mas foram também o meu primeiro grande exemplo de trabalho, de espírito de sacrifício e de sentido de missão. Nunca me pediram um esforço que não estivessem eles dispostos a fazer com pelo menos três vezes mais de esforço. E se esse ensinamento é duro a dar e a receber, a verdade é que é enriquecedor!
Os meus pais dão-me conselhos e opiniões que eu não lhes peço mas foram os primeiros a dar-me espaço e "armas" suficientes para pensar pela minha cabeça e decidir por mim própria.
Os meus pais nunca foram à universidade mas nunca se esqueceram de me ajudar e apoiar em todo o meu percurso escolar assim como nunca me deixaram esquecer (e não se deixaram esquecer) que a vida não é só escola, nem só festas e amigos. Sacrificaram-se bastante por me dar também uma boa educação social, cultural e artística.
Os meus pais deram-me vários exemplos que nem sempre são fáceis de viver no dia a dia. A minha mãe sempre me ensinou que a simpatia e a gentileza são poderosas e que o respeito é devido a toda a gente seja velho ou novo, rico ou pobre
O meu pai "obrigou-me" desde cedo a assumir as minhas responsabilidades simplesmente por me fazer confiança. Ensinou-me também o valor do trabalho e da resiliência e que o que é imediato não é necessáriamente durável.
Mas apesar de estarem um bocado "fora de moda" quem me dera ser capaz de transmitir estes valores ao meu filho num mundo onde eles são tão necessários e se perdem...
Os meus pais não são perfeitos mas são os melhores pais que eu alguma vez podia ter tido!
O Halloween é uma festa que nos foi trazida da América do Norte e que hoje em dia é um incontornável do Outono um pouco por toda a Europa.
Por ter um carinho especial por esta festa e excelentes memórias de longos anos de festejos partilho convosco três boas razões de também a festejarem desse lado, sobretudo em famílias onde há crianças e adolescentes.
Se vive numa região onde a tradição do "bolinho" ainda está presente (o que não é o caso da região de onde sou natural) os argumentos podem ser exatamente os mesmo, apenas com alguma adaptação.
- Tempo útil passado longe dos ecrãs:
O Halloween é uma daquelas festas que motiva a pequenada. E é também uma excelente ocasião para os tirar da frente dos ecrãs e os implicar na organização da festa, seja na decoração da mesa, na preparação das refeições ou na confessão dos disfarces.
- Estimula a criatividade:
Quem diz decoração, disfarces, refeições "assustadoras" ou mesmo partidas diz forçosamente criatividade e imaginação a funcionar. É também uma excelente forma de fazer perceber aos pequenos que sem até uma pequena comemoração familiar exige planeamento, trabalho e investimento para acontecer.
- Alegria e Bom Humor:
A vida nem sempre é um mar de rosas e, por isso mesmo, parece-me fundamental aproveitar todos os pequenos momentos para criar grandes memórias que serão o nosso principal "combustivel" na hora de atravessar as tempestades. E também porque alegria e bom humor são sempre boas fontes de energia para os nossos dias.
E por aí têm o hábito de festejar Halloween? Qual a vossa boa razão para o fazer?