Os meses mais frios são normalmente pouco apreciados. Os dias são mais curtos e o tempo menos convidativo a passeios no exterior.
E se aproveitassemos este período do ano para aprender algo novo.
Ler sobre um assunto que nos interessa, assistir a conferências ou fazer uma formação à distância são coisas que podemos fazer., mesmo num fim de semana chuvoso.
Num mundo globalizado, onde existe imensa informação disponível a preços acessíveis ou mesmo gratuitamente, aprender tornou-se muito mais simples. E enquanto adultos temos poucas oportunidades de aprender coisas novas, então porque não aproveitar?
Neste momento esrou a seguir conferências ou formações em linha, na área da educação e desenvolvimento infantil (muito apropriado não vos parece?).
Uma das minhas grandes preocupações em relação à educação do meu filho passa também pelo bilinguismo. Vivendo em França mas com toda a família e as raízes em Portugal parece-nos fundamental ajuda-lo a aprender as duas línguas ao mesmo tempo.
E se parece coisa fácil, já que "basta os pais falarem para eles aprenderem", a verdade é que este bilinguismo, sobretudo quando desejamos um bom nível em ambas as línguas, tem a sua dose de "desafio".
Hoje gostaria de vos relatar alguns desafios aos quais nos temos confrontado agora que ele já começa a falar. Considero que para nós que falamos todos a mesma língua é mais fácil do que se apenas um dos pais ensina a língua minoritária.
Uma das maiores dificuldades que sentimos nele é a de perceber onde e com quem deve falar português ou francês. Se não demonstra ficar frustrado com o facto de as pessoas não o perceberem quando fala a língua "errada" acreditamos que seja nosso trabalho explicar-lhe com quem e onde deve falar o quê.
Outro desafio, mas este é sobretudo para nós pais, é o de sermos ainda mais vigilantes com a nossa própria linguagem. Porque, como toda a gente, fazemos atenção à linguagem demasiado familiar mas também somos obrigados a evitar os "francesismos" que por facilidade utilizávamos antes de ele nascer!
Um outro ponto que tem de ser aceite por todos nós é o "sotaque" dele. Se é comum entre os miúdos bilingues terem algum sotaque ao inicio é verdade que, enquanto adultos, temos tendência a corrigir tudo até à exaustão. E isso é bastante desencorajador para a criança. No nosso caso temos uns brilhantes "R" e "el" à francesa e sinceramente, por enquanto, achamos que é bastante charmoso.
Um bocado no seguimento do ponto anterior, temos tentado trabalhar a nossa indulgência e a nossa perseverança em todos os momentos. Não o frustrar demasiado com correções e criticas, nem cair na facilidade de falar a língua que para ele é mais cómoda.
Mas afinal o que temos colocado em prática ao longo dos últimos seis meses para o ajudar nesta aprendizagem dupla?
Falar português em casa sempre que possível é indiscutivelmente importante, mas permitir-lhe socializar com outras pessoas é igualmente fundamental. Estimulamos ao máximo os tempos de conversa com os avós, mesmo que seja via videochamada. Quanto ao francês, a creche é o ponto principal de aprendizagem mas também o incitamos a jogar com outras crianças no parque e a comunicar com outros adultos, sejam pais de outras crianças na creche, amigos nossos ou mesmo caixas do supermercado.
Cantigas, histórias e desenhos animados em ambas as línguas são também ferramentas que tentamos colocar ao nosso dispor e que adaptamos em função das necessidades que ele apresenta. Claro que, em qualquer uma delas somos exigentes nas escolhas, sobretudo a nível de nível de linguagem.
Já falei lá atrás mas, para mim, a perseverança e o reforço positivo são peça chave para ele apreciar ambas as línguas e sermos confrontados o mais tarde possível com o facto de ele não querer falar uma delas, que é algo comum em miúdos bilingues.
Ao longo do tempo temos também tentado envolver as outras pessoas que fazem parte da vida dele neste processo. Na creche a "atitude conciliadora" foi mesmo muito importante sobretudo numa fase em que ele falava mais português do que francês. Com uma atitude compreensiva em relação às informações e inquietações do pessoal da creche mas defendendo a importância que a equipa pode ter em todo este processo conseguimos encontrar um equilíbrio e um ambiente favorável à aprendizagem das duas línguas. Trabalho semelhante foi também necessário com as nossas famílias e amigos.
Este testemunho é apenas o resumo dos nossos primeiros passos neste caminho de educar um miúdo bilingue, quem sabe quantos outros se seguirão...
Um dos grandes problemas do nosso tempo é a eterna falta de tempo (e o muito dele que passamos nas redes sociais). Hoje convido-vos a agarrarem no vosso telemóvel e a utilizarem-no para aquilo que faz de mais básico. Ligar para alguém com quem já não fales há muito tempo.
O Tempo de Natal é um tempo onde, por excelência, estamos mais disponíveis a ajudar, a doar e a partilhar com os outros. Se é verdade que não é só no Natal que há quem precise, também não deixa de ser verdade que mais vale uma boa ação nesta época do que nenhuma o ano inteiro.
Hoje o objetivo do dia é "Doar, ajudar, partilhar". Pode ser uma doação em dinheiro se alguma ação de solidariedade se apresentar, pode ser ajudar uma pessoa com dificuldades a atravessar a estrada... Fica em aberto uma montanha de possibilidades e, quem sabe, vais levar esta vontade contigo para o ano inteiro.
Sophia de Mello Breyner e o seu "Cavaleiro da Dinamarca" fazem parte das minhas leituras natalícias por excelência.
É impossível para mim não emocionar com o Cavaleiro e o seu desejo profundo de passar o Natal em casa, correndo para isso perigos e recusando algumas oportunidades bastante prazerosas.
Hoje a frase que deixo em modo de reflexão é uma das que fecha este livro e deixo-vos aqui a questão: que "local" é este onde queremos com tanta força estar e que perigos estamos dispostos a enfrentar para lá chegar?
E hoje começamos a abrir as "caixinhas" do nosso Calendário do Advento. Serão 24 dias com 24 sugestões de desafios ou de frases com convite a reflexão que vos proponho.
E começo por um desafio bastante ambicioso: proponho-te que cries uma pequena lista das tuas forças e uma outra das tuas fraquezas na forma como te relacionas com as pessoas que te são mais próximas. Dessa pequena lista podes escolher uma força e uma fraqueza que te acompanharão ao longo do mês de Dezembro.
A ideia é colocares em prática uma estratégia que te permita colocar a tua força ao proveito de quem mais gostas (por exemplo se és um/a excelente doceira fazer doces para oferecer aos teus amigos) e uma estratégia para melhorar a tua fraqueza (por exemplo, no meu caso decidi trabalhar a paciência por isso vou criar uma estratégia que me permita ser mais paciente com aquela vizinha "chata" mas que não tem com quem falar).