Calendário de Advento da Nala #24
E assim fechamos este Calendário do Advento da Nala versão 2022.
Obrigado por me terem acompanhado ao longo deste período de Advento.
Boas festas e um Santo e Feliz Natal
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E assim fechamos este Calendário do Advento da Nala versão 2022.
Obrigado por me terem acompanhado ao longo deste período de Advento.
Boas festas e um Santo e Feliz Natal
E porque não uns destes aqui do Sapo?
Porque nunca sabemos o quanto quem nos cruza precisa... E quanto nós mesmos precisamos.
Um dos grandes problemas do nosso tempo é a eterna falta de tempo (e o muito dele que passamos nas redes sociais). Hoje convido-vos a agarrarem no vosso telemóvel e a utilizarem-no para aquilo que faz de mais básico. Ligar para alguém com quem já não fales há muito tempo.
Acredito sinceramente que as mudanças duradouras começam pequenas. O que podemos nós fazer, ao nosso nível, para melhorar o Natal de alguma criança?
O Tempo de Natal é um tempo onde, por excelência, estamos mais disponíveis a ajudar, a doar e a partilhar com os outros. Se é verdade que não é só no Natal que há quem precise, também não deixa de ser verdade que mais vale uma boa ação nesta época do que nenhuma o ano inteiro.
Hoje o objetivo do dia é "Doar, ajudar, partilhar". Pode ser uma doação em dinheiro se alguma ação de solidariedade se apresentar, pode ser ajudar uma pessoa com dificuldades a atravessar a estrada... Fica em aberto uma montanha de possibilidades e, quem sabe, vais levar esta vontade contigo para o ano inteiro.
Sophia de Mello Breyner e o seu "Cavaleiro da Dinamarca" fazem parte das minhas leituras natalícias por excelência.
É impossível para mim não emocionar com o Cavaleiro e o seu desejo profundo de passar o Natal em casa, correndo para isso perigos e recusando algumas oportunidades bastante prazerosas.
Hoje a frase que deixo em modo de reflexão é uma das que fecha este livro e deixo-vos aqui a questão: que "local" é este onde queremos com tanta força estar e que perigos estamos dispostos a enfrentar para lá chegar?
E hoje começamos a abrir as "caixinhas" do nosso Calendário do Advento. Serão 24 dias com 24 sugestões de desafios ou de frases com convite a reflexão que vos proponho.
E começo por um desafio bastante ambicioso: proponho-te que cries uma pequena lista das tuas forças e uma outra das tuas fraquezas na forma como te relacionas com as pessoas que te são mais próximas. Dessa pequena lista podes escolher uma força e uma fraqueza que te acompanharão ao longo do mês de Dezembro.
A ideia é colocares em prática uma estratégia que te permita colocar a tua força ao proveito de quem mais gostas (por exemplo se és um/a excelente doceira fazer doces para oferecer aos teus amigos) e uma estratégia para melhorar a tua fraqueza (por exemplo, no meu caso decidi trabalhar a paciência por isso vou criar uma estratégia que me permita ser mais paciente com aquela vizinha "chata" mas que não tem com quem falar).
Percebeste a ideia? Então mãos à obra!
O Calendário do Advento da Nala está de volta. Está de volta meio à última da hora mas com o objectivo de sempre: preparar juntos a chegada do Natal.
Ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores este ano o Calendário não contará com a presença dos amigos do blog nem com sugestões de presentes ou de experiências diferentes mas deixar-vos-ei uma proposta de desafio ou um convite à reflexão a cada dia que passar.
Serão 24 posts em 24 dias, em simultâneo no blog e no Instagram. Espero que apreciem este momento diário e que possamos partilhar juntos estes momentos até ao Natal.
Até amanhã!
Mais um Natal que se aproxima e a querida Isabel voltou a desafiar-nos para escrever mais uns Contos de Natal (e este ano com motivação extra). Dessa forma aqui fica a minha modesta contribuição e votos de um Feliz Natal a todos vós!
O mês de Dezembro já vai adiantado. Rita vai à janela do escritório e olha a rua. Podia jurar que toda a cidade saiu à rua e se deslumbra com as luzes de Natal.
Ela lembra-se que, em criança, adorava esta época e guarda lindas recordações da decoração do presépio e do cheiro dos doces da avó Josefa.
Mas desde que cresceu deixou de ter tempo para essas futilidades. O trabalho enquanto advogada e os seus objetivos profissionais estão no topo da sua lista de prioridades e tudo o resto terá de esperar, pelo menos até esses objetivos serem atingidos.
Ainda há poucas horas atrás a mãe, sempre tão orgulhosa, recusou-se a compreender as razões mais do que legítimas da sua ausência.
Decidiu-se a não lhe dar ouvidos e classificou as suas atitudes como uma tempestade num copo de água. Afinal é só um dia como os outros e ela está demasiado ocupada para se dedicar “a comer e beber um dia inteiro”.
No final do dia quando chegou a casa deixou-se cair no sofá, extenuada. O sono apoderou-se dela e, sem se aperceber, caiu num sonho.
Nesse sonho ela estava numa clareira cheia de neve. No meio dessa clareira encontrasse uma casinha de madeira cuja chaminé fumegava. Cheia de frio e movida pela curiosidade decidiu entrar.
Lá dentro o calor era agradável e no ar pairava o cheiro de chocolate e especiarias. Sentada de costas para ela estava uma menina. Os seus cabelos encaracolados lembravam-lhe os seus cabelos. Vendo mais de perto reconheceu a sua própria imagem com seis, sete anos.
A pequena Rita começou a falar:
- Sei como te tens dedicado ao trabalho e como o sucesso profissional e financeiro são importantes para ti. Não há nada de errado com isso.
A única coisa errada é a forma como o teu coração se tem tornado frio ao longo dos anos. Esqueceste-te da última vez que abraçaste a tua mãe, nem conheceste o teu sobrinho e ainda te chateias quando te dizem alguma coisa?
E todos aqueles que estão à tua volta e a quem tu não perdoas nada?
Lembraste da tua ex-secretária que se despediu por causa da tua pressão, que querias cada vez mais e mais trabalho, sem teres a mínima empatia pelo facto de ela, jovem mãe, estar cansada.
Também a tua amiga Dalila, que acusaste de traição por te ter recusado um encontro quando te dava jeito a ti, por se ter comprometido como voluntária numa associação de apoio a idosos.
Tens ar de estar espantada, Rita, como se o facto dos outros terem prioridades te deixassem confusa.
Mas, se hoje estás aqui comigo, é para te lembrar disso. A tua mãe não está a ter “mau feitio” mas ela está doente, como bem sabes, e quer passar este Natal contigo, nunca se sabe se não será o último.
Por este andar vais acabar sozinha e cheia de azedume. Certamente com uma carreira brilhante e um coração sombrio.
Ainda tens a possibilidade de alterar isso, mas tens de o fazer imediatamente. O tempo urge e ninguém recebe eternamente amor sem dar nada em troca…
Acabada esta frase, Rita acordou sobressaltada. Tinha sido tão real este sonho… Será que ela tinha mesmo razão?
Tentou esquecer a história e dormir mas o sono não voltou o que a obrigou a dar voltas e voltas na cama.
A manhã da véspera de Natal foi chegando aos poucos, cinzenta e húmida. Rita esperou que a hora fosse mais decente e tentou ligar para a sua prima João. Ela era a sobrinha preferida da sua mãe e a única médica em quem ela tinha total confiança… Depois de um início de conversa frio, o que a fez recordar que não falava com esta prima querida há, pelo menos 3 anos, teve a confirmação da gravidade da doença da mãe. Nada que ela não soubesse mas, absorvida que estava no trabalho, não tinha medido a importância da informação.
Invadida por uma espécie de pânico, como se o Mundo estivesse a ruir à sua volta, Rita decidiu-se a fazer o impensável: ia passar o Natal com a família, mesmo que isso implicasse muitas horas de trabalho nas semanas seguintes.
Conduziu até casa, quase sem pausas, parando apenas para comprar uma sobremesa… já que não tinha presentes ao menos que tivesse um doce para colocar na mesa. Quando chegou à porta de casa foi invadida pelo cheiro a bolo e pela música que pairava no ar.
A família já estava reunida à volta da mesa pronta para cear. Ela chegou de mansinho, meio envergonhada por aparecer de surpresa. Mas foi recebida com gritos de alegria e, para sua surpresa, o seu lugar estava lá na mesa.
Quando chegou à meia noite, na altura da troca de presentes, abriu a janela e viu uma estrela cadente. Pediu-lhe saúde para a Mãe e muito mais tempo para a família e sentiu, naquele momento, que o seu pedido tinha sido atendido.
A partir daí a Rita não faltou a mais um único Natal.
Os anos passaram e à carreira foi juntando outros papéis. O de mãe e esposa, o de filha dedicada e tia preocupada.
Ao contrário daquilo que ela pensava, nada disso a prejudicou… antes pelo contrário já que encontrou muita motivação em todos esses desafios. E desde esse ano, em todos os Natais, se levanta da mesa à meia noite da consoada e vai à janela agradecer em silêncio. Afinal foi aquela estrela que a aproximou da família e é na família, mais do que nas lojas, no dinheiro e no ego, que se passa o Natal.
Photo by Vincent Ledvina on Unsplash
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