Serviço Público
Ora já há muito tempo que não vos falo da dita Pandemia essencialmente porque quando o faço estou a falar de trabalho.
Mas nestes últimos tempos continuo a ver demasiada informação ser transmitida em massa e completamente desestruturada pelo desconhecimento de quem a recebe e isso preocupa-me.
Ainda para mais continuo a ouvir pessoas próximas a comentar a forma como usa material de proteção hospitalar que era até então exclusivo ao pessoal hospitalar e de laboratório e tenho a impressão que há erros básicos que são cometidos.
Por isso hoje decidi deixar-vos aqui os conselhos que mais dou aos meus familiares e amigos e que me parecem necessários para a manutenção da saúde física e mental de todos nós.
- Em primeiro lugar queria falar-vos do cuidado com a escolha e a manipulação do material de proteção: Um dos maiores erros está não apenas na forma como se usa a máscara mas também na forma como se manipula. Por isso atenção onde se toca, como se tira e coloca e por aí fora já que erros de manuseamento podem ser tão graves como erros de utilização.
- Todas as máscaras têm um tempo de vida equivalente: Várias foram as pessoas que me falaram da utilização das chamadas máscaras FFP2.
Estas máscaras, que são as mais filtrantes e é por isso que são reservadas ao pessoal hospitalar na manipulação de aerossóis (como ventilação mecânica, aspirações, etc...) mas atenção que a sua eficácia está sobretudo relacionada com o facto de serem muito mais estanques o que as torna também muito mais difíceis de suportar.
No entanto e como se fala do facto de ser uma máscara muito filtrante as pessoas conseguem compra-las e depois cometem alguns errinhos ao utiliza-las. Ao contrário daquilo que muitas pessoas apregoam (incluindo profissionais de saúde) estas máscaras duram exatamente o mesmo que uma máscara cirúrgica, ou seja, 4 horas para uma proteção completamente eficaz.
E têm ainda a agravante de que a manipulação desta máscara é muito mais difícil e sujeita a mais erros.
Por isso, e dando-vos o meu exemplo pessoal, na "vida real" o que faço é manter as distâncias de segurança (quando é possível porque, quem anda de transportes públicos sabe que nem sempre é fácil) e uso a máscara cirúrgica ou mesmo de tecido. É mais fácil de usar, arriscamos menos quando a manipulamos e estamos igualmente protegidos.
- Em segundo lugar gostaria de vos falar da lavagem das mãos, que deve ser frequente, seja com água e sabão ou uma com solução hidro-alcoólica. Podem ser usados em conjunto mas é importante que as mãos estejam bem secas.
As mãos em ferida são normalmente culpa da aplicação do álcool-gel em mãos molhadas e não da sua utilização frequente. A utilização apenas do álcool-gel (com uma fricção de 30 segundos) será bastante eficaz sozinha. Façam atenção a isso porque feridas abertas não é de todo o que mais precisamos neste momento.
- Em terceiro lugar aconselho-vos a filtrar a informação: Como vos disse no início do texto defendo que demasiada informação destrói a informação. Por isso esqueçam todos os noticiários e a informação diária da DGS e limitem-se a tomar os vossos cuidados, alimentar-se bem, fazer desporto e apanhar ar (com respeito pelas distâncias sociais) e controlem os vossos níveis de ansiedade.
Pela mesma ocasião não deixem de recorrer aos serviços de saúde sempre que for necessário e não permitam que os serviços de saúde ou a informação que precisam vos sejam negados pelas restrições do controlo da doença. Não assistência à pessoa é crime e se já morreu muita gente infetado com COVID as consequências das medidas de restrição não estão a ser menos pesadas.
Afinal existem muitas outras doenças que continuam a matar tanto ou mais e é pena não serem feitas também conferências diárias sobre elas também (sim, sim... falo entre outras de doenças cardio-vasculares que poderíamos prevenir)...
Espero que este post vos tenha sido úteis e que possam ajudar-vos na gestão de algumas das vossas dúvidas.
Um grande beijinho e até ao próximo post!
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