Reflexão sobre o Dia dos Namorados
Nunca comemorei o Dia dos Namorados. Adolescente, quando a associação de estudantes da escola organizava o correio dos namorados e a entrega de flores, era para mim uma tortura. A espera da carta ou da flor que o dito cujo nunca enviava. Felizmente havia sempre aquela amiga que encomendava uma rosa branca da amizade o que tornava o mês de Fevereiro muito mais fácil de viver.
Confesso que depois disso, e ao longo dos anos, este dia acabou por me ir passando um bocadinho ao lado. Até que, desta vez e sem saber bem a razão, acabei por me colocar várias questões sobre ele.
Como muitos dizem, e dou-lhes razão, o Dia dos Namorados tornou-se demasiado comercial. São as marcas que, mal acabam os saldos, nos entram pelos olhos dentro com mil presentes para comprar, são os restaurantes e hotéis cheios com menus nem sempre interessantes ou extremamente caros, são os corações e os ursinhos de peluche que pouca utilidade têm, exceto se a pessoa for fanática por eles claro.
Por outro lado, e se nos conseguirmos desligar disso, o Dia dos Namorados (ou chamemos-lhe antes Dia de São Valentim que dá um aspeto mais credível à coisa) pode ser vivido de uma forma menos comercial e mais pessoal.
A nossa vida é corrida, temos sempre mil coisas para fazer e parece-me mesmo muito importante que possamos contar com um dia que nos permita centrar-nos no que nos importa, neste caso as nossas relações.
Ter um momento para conversar, para recordar o passado e sonhar com o futuro é a base para uma relação estável e com garra de avançar. E se isso passa por oferecer coraçõezinhos de peluche porque não? Mas que não sejam eles o principal foco da data.
Por isso, e apesar de continuar a achar desagradável a quantidade de coraçõezinhos que nos assolam todo ao longo do mês de Fevereiro, considero que esta data e a lembrança que ela traz é importante para manter as relações estáveis e saudáveis. Podemos no entanto optar por não o festejar exatamente neste dia. E quem sabe fazer isso mais do que uma vez por ano...
Um grande beijinho e até ao próximo post!
Photo de Birgith Roosipuu sur Unsplash