Quem chora terá sempre razão?
Todos nós já nos cruzámos em algum momento da nossa vida com alguém que tinha uma certa tendência para a lágrima fácil... Todos nós já tivemos provavelmente um colega cujos acontecimentos eram sempre "culpa do outro" e que o seu papel era sempre o de vítima.
As emoções que cada um de nós experimenta são fruto da nossa própria leitura dos acontecimentos. E se é verdade que poderemos todos ser, mais cedo ou mais tarde, vítimas de injustiça, todos sabemos que é mais fácil culpar A e B pelo que nos aconteceu (e que não nos agradou) em vez de aceitarmos ou a nossa parte de responsabilidade ou a eventualidade de as nossas necessidades ou desejos não serem atendidos como prioritários quando e onde nós queremos.
O pior é que pessoas com este tipo de características e de comportamento, leia-se a vitimização e a lágrima fácil, tem normalmente muitos defensores. E esses defensores são mais numerosos quanto mais as lágrimas que correm ou quanto mais os visados das "acusações" não se desculpam com, pelo menos, um sinal de sofrimento equivalente.
As pessoas que os defendem não fazem necessariamente por mal. Faz parte do ser humano tentar ser agradável e acalmar o sofrimento alheio mas também deve ter consciência, e um espírito crítico apurado, para não levar à letra tudo aquilo que alguém nos diz especialmente se a outra parte não se defende ou não está em medida de se defender (o que acontece na maioria das vezes).
Por isso acho tão importante que, antes de sermos justiceiros e de assumirmos tudo o que nos dizem como uma verdade universal e não como o fruto de uma visão forçosamente enviesada, devemos tentar ouvir a outra parte ou, pelo menos, manter uma reserva em relação à verdade que nos foi contada.
Porque podemos estar a ser extremamente injustos com um inocente sem querer...
Photo by Varun Gaba on Unsplash
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