Ódio Partilhado
É raro falar de "celebridades" aqui no blog mas, como excepção que confirma a regra, vou falar desta senhora pela segunda vez.
A apresentadora Cristina Ferreira fez uma publicação esta semana no seu instagram com as capas de revistas que a acusam de tudo e mais alguma coisa.
Como já escrevi aqui, e apesar de não apreciar particularmente o seu género e de não fazer parte de todo do seu "nicho de mercado", considero a capacidade de trabalho da senhora uma fonte de inspiração.
Mas, vá-se lá saber porquê, fazer alguma coisa pela vida é sempre mal visto e ser ambicioso é um "pecado mortal".
E isto não tem a ver com ser mulher ou ser homem, ser branco ou negro... tem a ver com esta essência humana altamente competitiva e que, visto que não temos de nos esforçar para sobreviver, gastamos as nossas energias como podemos, muitas vezes a lamentar a vida que nos contruimos mas a detestar os outros porque temos inveja das deles.
No caso de Cristina Ferreira, ou se abrirmos os olhos haverá com certeza alguém que nós conhecemos que sofre isto na pele, ninguém se quer esforçar para ter o que ela tem mas muita gente estaria disposta a tudo para a impedir de o ter. E como não podem fazer mais do que debitar frases odiosas fazem-nos sem o mínimo respeito ou peso na consciência.
Contra todas as evidências possíveis um ódio partilhado, mesmo que virtual, é uma forma mais eficaz de juntar pessoas do que partilhar sonhos ou projetos construtivos.
E sofremos todos deste mal, de uma forma mais ou menos consciente, fazendo eco dos comentários que ouvimos (ou criando os nossos) de uma forma tão natural e despreocupada que nem pensamos nas consequências devastadoras que esta atitude pode ter para o outro mas sobretudo para nós mesmos.
Porque somos nós que enchemos o nosso coração de ódio (muitas vezes infundado) e gastamos energia a detestar alguém em vez de a canalizar para positivismo, bondade, construção pessoal e conquista de projetos.
Porque somos nós que abdicamos de aprender, conhecer, descobrir coisas novas enquanto espumamos de raiva por aquilo que o outro, com mais ou menos justiça, conseguiu. Porque somos nós que nos cercamos de pessoas que, tal como nós, estão agarradas ao "a vida dele é melhor que a minha" e, exatamente por isso, não nos vão ajudar a seguir em frente.
E isto é válido para quem critica uma figura pública, para quem ajuda a espalhar uma fofoca ou para quem está sozinho em casa a responder as mensagens da amiga nas quais ela critica a pessoa que está sentada ao lado dela na esplanada enquanto nós continuamos sozinhos à espera que a nossa vez de ter companhia para o café chegue...
Um grande beijinho e até ao proximo post!
Photo by Karim MANJRA on Unsplash
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