O que ninguém te diz sobre "viver junto"
Nos próximos dias festejaremos os nossos dois anos de vida em comum. É uma data importante e que gostaria de marcar de alguma forma por aqui.
No nosso caso demorámos algum tempo a tomar a decisão de "ir viver junto". Apesar de ver uma boa parte dos meus amigos (especialmente aqueles que estão na casa nos vinte e muitos, trintas) darem este passo em alguns meses não existem alturas certas ou erradas existem, isso sim, casais com tempos diferentes e todos nós (seja a relação mais curta ou mais longa) teremos receios ligados a esta mudança.
Morar com a pessoa de quem gostamos têm tanto de bom e de romântico como de rotineiro e pouco glamoroso. Acordar todos os dias com a mesma pessoa, partilhar contas e dividir espaços é completamente diferente de estar junto durante um período de férias ou um dia ou dois por semana.
Apesar de ser uma questão a que muita gente é confrontada mais cedo ou mais tarde lê-se muito pouco sobre o assunto (recordo-me apenas de um post do blog "Desabafos da Mula" já com uns anitos) e aqui deixo, também eu, algumas coisas que ninguém te diz sobre "Viver Junto".
- Viver junto implica dividir despesas, partilhar tarefas e todas essas coisinhas chatas do dia a dia. É preciso decidir quem paga o quê, criar uma conta comum ou não, decidir como se partilham as tarefas domésticas. E é uma discussão chata de se ter mas, acreditem, extremamente necessária quer para não passarem necessidades nem ficarem em "maus lençois" (especialmente se viviam com os vossos pais e nem têm bem a noção do que é preciso pagar e quando) nem um se sentir prejudicado em relação ao outro.
- Morar com o namorado/namorada implica também estar sempre acompanhado, mesmo quando se preferia estar sozinho. Simplesmente porque, partilhando a casa (e o quarto) com outra pessoa, é impossível manter uma privacidade total. E acredita que vais sentir falta desse tempo...
- As discussões vão acontecer e isso por muito que se tenha sido um "casal modelo". E na maioria das vezes os motivos são mesmo os mais idiotas que possas imaginar...
- Quando se vive com a pessoa amada deixamos de fazer tantas coisas "na rua". Jantares fora, ir ao bar da moda ou ao cinema passam a ficar para segundo plano e a rotina vai necessariamente instalar-se.
- Ceder é das piores coisinhas que nos podem fazer (pelo menos a mim). Acreditamos que temos razão por defeito mas quando se vive com outra pessoa (especialmente quando somos um casal) isso implica necessariamente engolir um sapo por outro (e esperar que o outro faça o mesmo).
- Estar junto é também estar lá quando o outro está doente, triste ou desiludido com a vida, por muito que o teu mood possa ser diferente.
- É necessário um período de tempo de transição entre o "meu" o "teu" e o "nosso". Aqui ainda se fala muito da "minha planta", do "teu sofá"... e isso pode ser extremamente irritante mas "faz parte".
- Morar na mesma casa mete-nos, quer se queira quer não, numa situação em que as obrigações familiares de um passam a ser também nossas e vice-versa. Por isso prepara-te para os almoços de Domingo e os jantares da tia dele de quem nem gostas muito. Entre aquele convite de casamento que querias evitar ou a eterna questão do Natal de um lado ou de outro...
Apesar de todos estes pontos que pretendem apenas demonstrar que viver junto não é sempre "um mar de rosas", a verdade é que pode ter um sabor muito especial desde que haja amor, paciência, respeito, compreensão e espaço para o "nós" mas também para o "eu" dentro da relação. E nunca se esquecer que a "chama" tende a apagar-se depressa e que é preciso reacendê-la e alimentá-la com frequência.
E do vosso lado: quem está a pensar dar o salto e ir viver com o namorado/namorada? E entre os que já vivem juntos quais os pontos que acrescentariam a este post?
Beijinho e até ao próximo post!
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