O Natal 2020 pelos olhos de O Último Fecha a Porta
Post n.º 7 do Calendário de Natal da Nala
O Último Fecha a Porta é um daqueles vizinho como deve ser. Não lhe conheço o rosto nem mesmo o nome, deduzo que temos idades muito aproximadas... fora isso sei que lhe dedico um carinho muito particular.
Não convidei o Último para o Calendário de 2019 por não me sobrar muito espaço para as colaborações e sabia que o queria no Calendário de 2020. E ele aceitou amavelmente o meu convite dando-nos a sua visão do que nos espera neste Natal de 2020.
Um grande beijinho Último e um excelente Natal, daqueles a sério para ti e toda a tua família.
Queria agradecer antes de mais à querida Nala o simpático convite para escrever sobre o Natal.
Este ano, vamos todos viver um Natal diferente para todas as gerações. Porém, não tão radicalmente como possamos estar a pensar. Explico o meu ponto de vista.
O Natal além das prendas e consumismo é também aquela época de amor e afetos. A noite da consoada é aquela onde há sempre lugar para mais um na mesa. Aquela onde os vizinhos convidam-se uns aos outros para consoarem e ninguém ficar sozinho. Este espírito comunitário tende cada vez mais a perder-se.
Assim, a forma de atenuar esta quebra vai ser a previsivel invasão de postais virtuais nas redes sociais. Nestes últimos anos que andamos sempre colados ao telemovel e temos uma story para todos os momentos (marco não é marco na vida de uma pessoa se não se anunciar ao mundo nas stories ou no feed do Facebook e do Instagram).
Dou por mim a pensar sobre o que pesa mais no nosso Natal dos últimos anos?
Receber em casa os tios, os avós, o vizinho solitário, ... OU receber o feliz Natal virtual com uma foto e um tag a acompanhar?
Entregar em mãos um presente OU ser um transportador a deixar a encomenda em cartão reciclado?
Será que as pessoas ficarão tristes por não ter a casa e a mesa cheia de gente OU por não fazerem aquela story espetacular com o pessoal a comer?
Dia 26 de Dezembro, cada um terá a sua resposta.
Ainda assim, acho que este vírus vai-nos tornar mais egoístas, até na ceia de Natal. À data que escrevo este texto, estou pessimista quanto a esta onda de afetos e no que isso pode provocar nos sentimentos das pessoas mais sós, que são as mais seniores. Essas, sem telemoveis e esquecidas com a justificação do vírus, vão sentir muito a ausência das suas pessoas.
Photo by Volodymyr Hryshchenko on Unsplash
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