Indecisão
Este post de hoje têm pouco a ver com aquele tom meio otimista que vos tento enviar de cada vez que vos escrevo.
Nunca fui pessoa de ter muitas incertezas. Quando tomava uma decisão estava tomada e ponto final.
Decidi rapidamente o meu percurso escolar, o curso que queria seguir, o que faria quando saísse da faculdade, quando emigrei, a vontade de juntar os trapinhos, o marcar o casamento... foram decisões ponderadas mas tomadas de forma bastante rápida. E nem sempre tomei a decisão que me apetecia mas sim a que me parecia mais correta.
Poucas vezes me arrependi, até porque da minha personalidade de "tomadora de decisões express" resulta uma enorme capacidade de adaptação e sobretudo um certo desprezo pelo que pode correr mal, afinal se der asneira têm de se resolver e pronto.
No entanto cheguei a um ponto da minha vida em que me "espalhei ao comprido" e para onde sinceramente não sei para que lado me virar...
Já vos disse várias vezes ao longo do blog de que tenho alguns problemas no trabalho: é um trabalho difícil a nível emocional, num local onde o mérito é um mito e ainda por cima com um grupo de colegas que, para além de criarem facilmente "mau ambiente" ainda têm o hábito de "vigiar" o que A ou B estão a fazer. Para além de me sentir desamparada não lhes faço confiança nenhuma nem a nível pessoal nem a nível profissional.
Para piorar as coisas a única pessoa em quem eu confio vai dar o "salto dali para fora" mas isso será assunto para um próximo post.
Para ajudar à festa tenho a história das noites e os serviços em que me sinto pouco à vontade emocionalmente e para onde sou empurrada, com o objetivo de desenrascar, muitas vezes às 2, 3 ou 4h da manhã. Sim, mete medo...
Sei que quero sair dali. Tive uma verdadeira possibilidade mas, talvez por estar um bocadinho em baixo a nível emocional e não muito longe de um "burn-out" ,acabei por recusar. Achava que ganhava mais em ficar no meu emprego atual.
Os motivos? Era (e é) longe de casa, teria de desperdiçar uma boa parte do meu tempo nos transportes públicos e para ajudar à festa perderia algum dinheiro. Os prós do trabalho que recusei: As noites acabavam e os colegas mudavam. E até o tipo de trabalho me deixaria seguramente mais à vontade.
Entretanto o tempo foi passando e acabei por perceber que ficar poderia não ser a solução. Procurei, procurei mas até agora não encontrei nada que me agradasse ou que entrasse nos meus critérios sejam financeiros, sejam pessoais... Excetuando talvez a possibilidade de voltar atrás com o emprego a que disse que não.
Ganhei muito mais força no meu emprego atual, consegui combater alguns "monstros" que me atormentavam mas admito que vivo obcecada com a ideia de uma recaída, de voltar aquele ritmo de pânico em que já estive mergulhada.
Para ajudar (e felizmente que assim é) a minha vida pessoal está cheia de planos e de projetos e estou a pôr toda a minha energia neles. Por momentos até esqueço o resto... Mas aquela sensação de não saber o que fazer, e pior, o ter consciência de que estou há meses a procrastinar nesta decisão está a torturar-me.
Se fico abandono a possibilidade de melhorar a minha vida profissional e ainda fico meio que â mercê de meia dúzia de pessoas de carácter duvidoso, se vou (e se ainda puder ir) fico com menos tempo livre e energia para atingir os outros objetivos todos. Sem contar que a data do casamento aproxima perigosamente o que me preocupa bastante.
Nunca me lembro de estar tão indecisa em relação a um ponto da minha vida...
E vocês? Qual foi a maior indecisão pela qual já passaram? Como lidaram com ela?