História da Menina e da opinião dos "Outros"
A história da Menina que pode também ser a nossa
Era uma vez uma menina muito decidida e determinada. Quando começou a crescer, no entanto, a sua impulsividade e vontade própria começaram a incomodar as pessoas que viviam à sua volta.
"Não faças isso, olha que parece mal aos outros", "aqui não é assim que se usa", "tens de respeitar os mais velhos", "não digas asneiras e faz o que te mandam" e "só pensas em ti" foram frases que ela ouviu muitas e muitas vezes. Tantas vezes que as integrou como sendo realidade e deixou de fazer as coisas por si própria mas sim "para não parecer mal aos outros".
Com os anos, veio o início da vida profissional e social e esta menina continuava a fazer tudo "para não parecer mal aos outros" o que resultou em muitas decisões tomadas contra a sua vontade e uma sensibilidade muito grande à opinião alheia. Ficou vulnerável, fraca, amarga, frequentemente frustrada pois ia-se apercebendo que "os outros" não tinham tantas preocupações com ela, como ela tinha com eles.
E assim continuou até que um dia, quando estava à beira da desilusão completa, decidiu que estava na hora de fazer algo porque ela própria queria e não para agradar a quem quer que seja. E começou, primeiro de uma forma tímida e depois cada vez mais decidida, a assumir as suas próprias escolhas e a preocupar-se mais com os seus sentimentos do que com os dos outros.
E depois desse dia, mesmo quando lhe chamavam egoísta e a acusavam de pensar apenas em si própria, a menina agora mulher sentia-se feliz. Afinal agora podia ser amada e amar os outros pelo que eles eram e não se preocupar eternamente com o "olhar dos outros".
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Esta história conta algo que acontece, ou aconteceu, com quase toda a gente. Quantas vezes nos disseram os nossos pais e avós, de uma forma completamente inocente, uma frase que se assemelha aquelas escritas lá em cima?
A verdade é que ainda se confunde muito "colocar-se em primeiro lugar" com egoísmo. E, com medo de sermos rotulados (ou que nos rotulem) de egoístas passamos imenso tempo a medir todos os nossos atos e a ter receio de fazer alguma coisa.
E o resultado disto: deixamos de ser nós próprios e aumentamos, de forma exponencial, as expectativas que temos na forma como "os outros" nos tratam.
Ainda teremos a agravante de nos tornarmos severos em relação aos outros que, ao contrário de nós, decidem a sua vida pela sua própria cabeça.
Por isso, e antes que seja tarde, assumamos definitivamente a responsabilidade da nossa vida e façamos as coisas por nós (sem passar por cima de ninguém, claro está). Sejamos francos, honestos e fiéis a nós próprios e só ganharemos todos com isso. Nós e "os outros".
E vocês, reveem-se na história da menina?
Photo by Eugenia Maximova on Unsplash
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