E tu, estás disposto a ter orgulho em ti?
A querida Alala, do blog A Voz do Silêncio colocou-nos uma questão interessante: será que a criança que fomos ontem teria orgulho de quem somos hoje?
Eu, como gosto de ir mais longe, acrescento ainda: e o adulto que há em nós têm orgulho em quem é?
Todos nós temos vidas mais ou menos complexas: contas para pagar, famílias para gerir, empregos medíocres ou que não nos fazem sentir realizados, familiares doentes, agendas carregadas de coisas para fazer... e no meio disto tudo vemos passar o nosso dia a dia sem nos ocuparmos da única pessoa que vive a nossa vida: "nós próprios".
E damos connosco deprimidos e infelizes, a passar horas e horas nas redes sociais e a lamentarmos que a nossa vida é pior que a de A ou de B, a esperar tanto daqueles que amamos que acabamos por sufocá-los e a desejar ardentemente que o dia acabe, a semana passe depressa e as próximas férias não tardem muito.
E continuamos meses e meses a fio neste ciclo vicioso cada vez mais esgotados e mais perdidos no sentido que queremos dar à nossa própria vida.
Mas será que isto têm mesmo de ser assim: pessoalmente, e apesar de eu própria estar a tentar sair de uma dessas fases de "ciclo vicioso", acredito que há mais para além disso. Basta para isso conseguirmos responder a uma pergunta: "Mas afinal quem é que eu quero ser?".
Esta pergunta pode ser muito difícil de responder. Ela pode mexer com os nossos hábitos e sentimentos mais enraizados mas, de uma coisa tenho a certeza, assim que cada um de nós lhe conseguir dar uma resposta estará em condições de reorganizar os seus objectivos de vida e até o tempo, que era escasso, ganhará toda uma nova dinâmica. É preciso chegar à resposta e arriscar dar o primeiro passo.
E tu, estás disposto a ter orgulho em ti?