E onde anda o estilo de cada um?!
Por viver no centro de uma cidade de periferia encontro muitos miúdos com idades de terceiro ciclo e secundário seja na rua seja nos transportes públicos.
Entre os fones nos ouvidos, os iPhones na mão e as roupas parecem todos exatamente iguais, quase nem se distingue quem é quem.
Relembro-me de mim com essa idade. Apesar de gostar de coisas "da moda" nunca reneguei (nem conseguiria) o meu estilo coquete e feminino.
De uma forma geral as minhas colegas e amigas tentavam fazer o mesmo. Podíamos até comprar na mesma loja mas o estilo de cada uma estava mais ou menos marcado.
Os que cruzo por aqui não!
Numa altura em que muito se critica a decisão da França de optar pelo uniforme escolar é impossível não me deparar com o seguinte pensamento: de uniforme e todas iguais já eles andam! São as calças de fato de treino e as sweatshirts desportivas faça frio ou faça Sol. De preferência de cor preta, ou cinzenta... ou o mais neutro possível.
E pergunto eu: onde raio anda aquela vontade de afirmação tão digna destas idades? Será que se afirmam todos da mesma maneira ou nem se dão a esse trabalho?
O meu questionamento ainda vai mais longe quando, à volta, os adultos se vestem de forma similar... E ao fim de quarenta pessoas vestidas de forma semelhante, quase indistinta, desisto de observar e sigo a minha vida.
E assim se parecem todas estas pessoas, ainda mais fechados pela cabeça metida "dentro do telemóvel" e que parecem incapazes de se dar conta de como, ao querer provavelmente sair da caixa, estão mais encurralados nela do que nunca!
Sendo uma apaixonada por moda e uma defensora da feminilidade ainda me foco mais nas jovens, nas senhoras de amanhã, que quando não usam este uniforme de invisibilidade (que tentam realçar com uma quantidade de maquilhagem digna de um anúncio publicitário) vestem-se de forma extremamente sexy: são os blazers sem nada por baixo ou os decotes extremos, que numa mulher de vinte e poucos até passam bem mas que numa miúda de 12 deixam no ar a dúvida: será que aquela noção de equilíbrio e de "sugerir sem mostrar" também ficou lá no século passado e as novas gerações ignoram esses antigos preceitos ou estão tão embebidas pelas Kardashian deste Mundo que acham mesmo que a única coisa porque valem a pena é o corpo?!
E num gesto quase de revolta dou por mim a puxar para o lado oposto. A dar o tudo por tudo naquilo que cada um de nós merece: um estilo próprio, cores alegres, cabeça alta e um sorriso na cara e sobretudo ocupar o seu lugar no mundo, com tudo o que de bom ou de dificil isso trás.
Um grande beijinho e até ao próximo post!
Fonte da imagem: https://juliaberolzheimer.com/2017/05/shopping-in-tulum/