Crónicas de uma Ida ao Consulado
Olá a todos!
Em primeiro lugar quero esclarecer uma coisinha com este post: ele foi feito em tom de brincadeira e não pretende nem atacar os Portugueses que vivem em França já que eu própria faço parte do "rol" e muito menos ofender os funcionários públicos em geral, e os consulares em particular.
Mais uma vez eu própria sou funcionária pública e tenho na minha família próxima vários funcionários públicos e sei que, apesar de toda a má fama, muitas vez se faz mesmo o melhor que se pode com o que se têm à mão!
Mas é uma verdade quase universal: qualquer pessoa têm sempre aquele "stressezinho" no momento de se dirigir a uma repartição pública seja porque assunto for.
Entre os preconceitos habituais e o facto de os processos mais simples serem muitas vezes morosos e termos a impressão de que são feitos para nos "dificultar a vida" as razões para atrasarmos ou tentarmos evitar de nos dirigir a uma conservatória ou a umas finanças são muitas.
Ir ao consulado não é igualmente uma parte de prazer.
Em primeiro lugar, e descobri isto recentemente, apesar de existirem muitos postos consulares em França apenas alguns têm reais competências de consulado o que quer dizer que uma coisa tão simples como fazer um cartão do cidadão pode ser um quebra-cabeças e exigir muitas horas de viagem para algumas pessoas.
Felizmente para mim, que vivo perto de um dos 7 consulados gerais, isso é um problema que não se coloca.
Por uma razão profissional, ou melhor numa história em que me foi pedido "beneméritamente" ajuda com um caso de um paciente que não dominava o francês, fiquei com uma péssima impressão do consulado.
Não vou narrar a situação pela simples razão de que considero que está guardada dentro do "sigilo profissional" e, mesmo que não fosse, não é uma história minha e por isso não têm lugar no blog.
A única coisa que interessa saber é que a situação era emergente e enquanto nós (hospital) pressionávamos de um lado, o consulado fazia aquilo que lhe competia e que dizem chamar-se "diplomacia". Em resumo todos tentaram fazer bem o seu trabalho mas o problema é que o relógio médico e o relógio diplomático não andam bem com a mesma velocidade...
Na realidade, e à distância, parece-me que os consulados são os parentes pobres dos registos centrais em Portugal.
Têm de lidar com situações complicadas (sim, porque a emigração na sua maioria não é clandestina mas há muitas situações dramáticas que se vivem e muita gente que ainda se encontra a braços com contratos ilegais, falta de inscrição na Segurança Social local e por aí fora), resolver "berbicachos" valentes com moradas, documentos caducados à anos e por aí fora e ainda lidam com uma população que, merecedora de todo o respeito, leva à letra a ideia do Português desenrascado (e um bocadinho Chico-Esperto).
No entanto, às vezes podia haver um esforço do outro lado para explicar de forma sucinta e clara alguns processos diplomáticos e um bocadinho menos de "eu estou aqui a fazer-te um favor" (admito que foi a primeira vez em que me pediram para desinfetar eu mesma a máquina dos cartões do cidadão enquanto a funcionária se manteve impávida e serena sentada na sua cadeira a 3 metros de distância). É preciso manter distâncias sociais mas não abusemos...
Os pontos positivos desta visita foram a rapidez e as marcações que nos fazem não perder horas lá, já que uma marcação às 8h, pelas 8h30 estava despachada... (O Covid têm coisas boas...). E a loja portuguesa do outro lado da rua (admito que se vou a uma loja portuguesa uma vez no ano é o muito) e que me permitiu comprar um queijo limiano que me ficou a apetecer desde o Natal...
E por aí quem têm experiência de consulado? Como se sentem com eles?
Beijinhos e até ao próximo post!
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