A Mulher Perfeita é uma chata!
Imaginem que estão a ler um livro onde a personagem principal é uma mulher (ou homem) perfeita, a quem tudo corre bem desde o primeiro dia e que começa a história exatamente como a acaba, feliz e realizada?
Se existisse um livro assim seria seriamente desinteressante para não dizer mortalmente aborrecido, não acham?
Mais do que a história acompanhamos uma personagem, o nosso herói ou heroína, ao longo das suas aventuras e desventuras. Vibramos por ela, aceitamos as suas falhas, torcemos para que aprenda com os seus erros e vimo-la erguer-se corajosamente depois de cada queda. Sem julgamentos mas sobretudo com o desejo, e a certeza, de que a sua coragem e força farão a balança pender para o lado do final mais feliz possível.
A nossa heroína é, por norma, alguém de "normal", de imperfeito... alguém que enfrenta uma série de desaires mas que sabe onde vai e sobretudo porque é que vai. Desafia a sua zona de conforto, tem momentos de cansaço e sente vontade de desistir, chora e faz más escolhas. Escolhas essas que a tornarão mais forte e mais capaz de tomar melhores decisões num futuro próximo.
E nós gostamos da nossa heroína assim e nunca a abandonamos nem a julgamos por causa disso.
Agora convido-vos a comparar a imagem da heroína com a imagem que temos de nós mesmas.
Temos tendência a ser mais duras connosco próprias, a achar que todos os nossos atos são fruto de falta de capacidade e olhamos para o que nos acontece de mal com despeito e perfecionismo exacerbado. Fazemos julgamentos de valor sobre nós mesmos que seriamos incapazes de fazer à personagem da nossa história.
Somos nós mesmos os herois e heroinas das nossas histórias e podemos escolher a tratar-nos como tal.
Podemos e devemos esforçar-nos para ser melhores pessoas mas nunca nos podemos esquecer de que ninguém nasce ensinado e sobretudo que o fazer tudo bem o tempo todo é uma missão impossível e que também nós temos necessidade de cair e levantar as vezes que forem precisas pois é isso que nos faz crescer, aprender e conquistar a nossa vitória.
Por isso, da próxima vez que estivermos perante uma dificuldade, entre julgamentos e vontade de desistir, olhemos para nós como a heroína da nossa própria história. Aquela que vai perder e ganhar, que vai ter vontade de desistir, que escolherá novos caminhos (e nem sempre o certo) e que comete erros, muitos erros.
E não nos esqueçamos nunca que, tal como nos melhores romances, a mulher perfeita, para além de não existir, é uma chata do pior!
Um grande beijinho e até ao próximo post!
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