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Crónicas da Cidade dos Leões

Um blog que adora partilhar dicas e reflexões sobre lifestyle, descobertas e organização. Sejam Bem Vindos!

Crónicas da Cidade dos Leões

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Ser introvertido não é um problema #2

E cá estamos nós para continuar a nossa viagem pelo livro O poder dos quietos de Susan Caen. Caso tenham deixado escapar a primeira parte desta minha análise basta seguir o link em laranja acima. 

Este livro, como vos disse no post anterior, esclareceu-me algumas questões sobre mim própria taís como o facto de gostar tanto dos meus amigos mas sentir-me tão cansada quando estão todos à minha volta ou a minha eterna vontade de ficar sossegadinha a ler na tranquilidade de casa em vez de sair para espairecer com os colegas de trabalho. 

Continuo a minha reflexão sobre o tema com a pergunta "o que fazer quando a nossa introversão pode ser um problema?"

Encontro-me eternamente a braços com esta pergunta...

Quantas vezes, independentemente das minhas certezas absolutas, não consegui argumentar decentemente e vi alguém que apenas falou mais alto e com mais convição conquistar a opinião da maioria das pessoas? Foram muitas, e algumas delas foram confrontos com pessoas muito próximas com personalidades maioritariamente extrovertidas. 

Ser introvertido é, no entanto, apenas um traço de personalidade e não nos deve, de forma alguma, impedir de abraçar desafios, de defender as nossas opiniões ou de não assumirmos compromissos ou responsabilidades.

Em primeiro porque um traço de personalidade não nos caracteriza e não pode servir de desculpa para não vivermos ou não lutarmos pelo que queremos e em segundo porque precisamos de ser apreciados, bem sucedidos e sobretudo sentirmo-nos bem na nossa pele.

E também não podemos esquecer que, tal como defendia Jung, ninguém é totalmente introvertido nem ninguém é totalmente extrovertido. Cabe a cada um de nós conhecer-se o melhor possível, acompanhar-se nas suas dificuldades e criar estratégias para avançar positivamente.

Um introvertido pode, por exemplo, sentir necessidade de criar espaços onde consiga reduzir os estímulos, seja fazendo pausas e tirando uns minutos para estar sozinho, sendo oferecer-se uma tarde para ler, estudar e refletir de tempos a tempos mas isso não o deve impedir de apresentar os seus trabalhos na faculdade, de defender a sua tese de mestrado ou juntar as pessoas que ama num evento especial, desde que isso lhe faça sentido.  

Isso é algo de que todos devíamos estar conscientes independentemente da nossa própria personalidade: falar pouco ou falar muito não é nem um defeito nem uma qualidade. Apenas traços de personalidade que coabitam em quase todos nós. 

O que me parece importante é aceitar tudo o que de positivo pode vir da introversão: a criatividade, a capacidade crítica e a avaliação prudente das oportunidades e das situações assim como o que é melhor na extroversão como a convicção, a capacidade de inspirar os outros ou a pró-actividade inata. 

E isso são verdadeiras forças para as pessoas que tem cada uma destas caracteristicas. 

Estes ensinamentos, que saem deste livro, podem ser grande apoio para lidar com este traço de personalidade, que pode ser tão pesado num Mundo onde se fala cada vez mais forte. E pode ser interessante como leitura quer sejas tu o "introvertido", quer seja o teu companheiro/a, um dos teus filhos, um amigo ou por ai fora. 

Se ficaram interessados desejo-vos uma excelente leitura! 

Um grande beijinho e até breve! 

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Photo by Elena Koycheva on Unsplash

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Ser Introvertido não é um problema #1

Sou tendencialmente uma pessoa quieta.

Gosto muito de estar com amigos mas sinto-me pouco confortável em grupos, adoro receber visitas em casa mas sinto-me pouco motivada a sair para lugares barulhentos. Durante muitos tempos considerei-me timida e cheguei mesmo a forçar-me a sair pois sentia-me "antissocial". 

Se com o crescimento me sinto cada vez melhor da minha pele, o livro "O Poder dos Quietos" de Susan Cain ajudou-me a perceber e a criar estratégias para lidar com esta minha falta de energia depois de interagir com muitas pessoas ou de ter estado em sítios barulhentos. 

Ouvi falar pela primeira vez no livro "O Poder dos Quietos" numa emissão do Ted Talk que contou com a participação da autora.

Se o conceito de introversão/extroversão não é novo, aliás foi um dos pilares essenciais das pesquisas do famoso psicólogo Carl Jung, a verdade é que há cada vez menos espaço para as pessoas com tendência à introversão, desde a escola até aos corredores das grandes empresas onde o trabalho em "open space" e as redes de contactos são a atualidade. 

Mas se, tal como eu, também tu te sentes como um peixinho fora de água muito por causa da inaptidão de estar à vontadinha em público tens de ler este livro que está cheio de exemplos de sucesso de pessoas altamente bem sucedidas (e conhecidas) e que conseguiram criar estratégias para brilharem neste Mundo onde se ouve mais quem fala alto do que quem fala certeiro.

Só para citar alguns nomes temos Bill Gates, Al Gohe, Eleanor Roosevelt ou J.K. Rowling

Estas pessoas que tão bem conhecemos foram obrigados a falar para grandes grupos, gerir empresas, fazer apresentações ou dar entrevistas. O seu segredo, no geral, é permitir-se voltar à sua "bolha" para recarregarem baterias e apreciar esses momentos, não como um calvário mas como uma benção. 

Um dos exemplos mais marcantes do livro é o de Brian Little, professor catedrático americano, que apesar de ser um grande introvertido é um excelente orador. Para o Professor Little, a motivação de partilhar um tema que o apaixona é o seu motor para uma apresentação plena e cheia de bom humor mas, depois dela, precisa de voltar ao seu espaço de calma para se estabelecer. 

Em resumo o que o livro defende é que ao contrário do que pode parecer  ser introvertido não é um problema.

Por norma um introvertido têm um sentido de criatividade e quando propõe algo está seguro do resultado possível e isso são caracteristicas muito necessárias mesmo nas nossas sociedades atuais e altamente conectadas. 

Continuaremos a falar deste livro e do seu tema principal no próximo post. Até lá um enorme beijinho!

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Photo by Maria Victoria Portelles on Unsplash

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Essencialismo

Hoje trago-vos um texto um bocadinho diferente do habitual e o tema é o Essencialismo, uma ideia bastante interessante e que me ajuda a decidir onde e quando quero gastar o meu tempo.

Descobri o "essencialismo" através do livro "Essencialismo - A disciplinada busca pelo menos" do autor Greg McKeown

O essencialismo é comparado por muitos ao minimalismo mas fá-lo de uma forma mais esclarecida e consciente. Pessoalmente acho que estas duas filosofias são complementares.

No essencialismo a procura do menos é feita através do "sim" aquilo que nos é essencial, abdicando de todas as oportunidades e propostas que não vão totalmente de encontro à nossa essência ou àquilo que queremos mesmo. 

Esta "filosofia de vida" defende que o nosso tempo e energia são finitos e que é impossível ser bem sucedido em tudo.

Para um essencialista a resposta mais natural vai ser um não porque, se dizemos sim a algo que nem queremos assim tanto, podemos ser obrigados a dizer não a tudo a algo pelo qual ansiávamos.

Usando uma metáfora simples para melhor compreensão o essencialista vê a vida como um vaso e pode colocar lá dentro pedras grandes, pedrinhas mais pequena e areia.

As pedras grandes representam tudo aquilo que nos é essencial. Para uns será a família, para outros o trabalho, para outros causas humanitárias, cada um colocará lá o que bem entender. Cada um de nós é livre de fazer as suas escolhas e dará mais ou menos importância àquilo que bem entender. 

As pedras pequenas representam tudo aquilo que nos é necessário mas não essencial e, por fim, nos espaços em que sobra espaço podemos ou não colocar a areia que representa tudo o resto. 

Em resumo, o que esta teoria defende é que o nosso tempo é precioso e devemos gastá-lo com aquilo que nos é mais querido e não com aquilo que fazemos para parecer bem ou não nos mostrarmos desenquadrados dos outros.

E diremos os nãos necessários sempre que o que nos propõe não vá de encontro aos nossos desejos mais profundos. Mesmo quando a tentação de dizer sim é grande! 

Espero que este post, um bocadinho diferente do habitual, vos tenha trazido algo em que pensar. Se o assunto vos interessa aconselho-vos sinceramente a ler o livro em questão que é interessante e muito fácil de ler. 

E já agora para vocês o que é que é essencial?

Um grande beijinho e até ao próximo post! 

Imagem de https://orcoaching.com.br/essencialismo-essencial-e-nao-ser-banal-de-mais-qualidade-as-suas-escolhas/

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