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Crónicas da Cidade dos Leões

Um blog que adora partilhar dicas e reflexões sobre lifestyle, descobertas e organização. Sejam Bem Vindos!

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4 Coisas que a Gravidez (já) me ensinou sobre Maternidade

Por aqui entrámos recentemente no último trimestre de gravidez e algumas situações já me começaram a preparar para esta nova realidade que começará em breve: ser Mãe. 

Hoje decidi trazer-vos quatro coisas que a gravidez já me ensinou sobre a maternidade, algumas pouco surpreendentes mas outras verdadeiras mudanças de perspetiva, e das quais espero não me esquecer no futuro. 

Preparados? 

 

- A Sensação de Culpa:

E se comer alguma coisa que lhe fez mal? E se os cremes que uso não estão indicados? E se me descuidei com uma lavagem das mãos e a serologia da toxoplasmose fica positiva? Todas estas questões nos passam mil vezes pela cabeça. 

A sensação de culpa, a vulnerabilidade da vida que carregamos e a responsabilidade pela saúde e a segurança de um pequeno ser podem ser verdadeiramente esmagadoras se não tivermos cuidado com as nossas emoções. 

 

- A Gravidez é quase uma competição:

Sabia que nós mulheres nem sempre somos solidárias umas com as outras mas no que diz respeito à gravidez e à maternidade as coisas podem ser levadas ao extremo.

Desde colegas que se queixam a outros quando pedimos ajuda para realizar uma tarefa mais pesada, àquelas que te tentam fazer sentir uma nódoa porque "eu nunca precisei de ajuda e não tive nem um dia de baixa" podes ouvir um bocadinho de tudo. Um conselho? Respeita o teu corpo, o teu ritmo e o teu bebé e sobretudo não te ponhas em risco para mostrar aos outros do que és capaz. 

E depois a maioria das pessoas, inclusive homens e colegas sem filhos, são bastante mais solidários do que muitas "super mães" que se cruzam no nosso caminho.

 

- Os livros e sites sobre gravidez nem sempre são os melhores aliados:

Comecei a gravidez cheia de vontade de aprender mais e fiz imensas pesquisas sobre o assunto.

Existe informação muito boa mas também encontrei muita informação irrelevante, contraditória ou mesmo aterrorizante. E convenhamos que quando estamos perante um positivo, por muito desejado que ele tenha sido, já nos sentimos suficientemente em pânico. 

Rapidamente percebi que a maioria dos livros e alguns blogs se dividem em dois grupos: os defensores da gravidez como o estado de graça último e aqueles que apresentam a gravidez e o parto como o Inferno na Terra.

Como nenhum destes pontos de vista me convinha e sempre acreditei que haveriam coisas muito boas e coisas muito difíceis, decidi parar de consumir este conteúdo e fiei-me às informações dos profissionais* que me seguiam, comecei a fazer confiança ao meu próprio instinto e a partilhar aquele medo e angustia com alguma amiga que já passou pela mesma situação e que teve provavelmente a mesma dúvida. 

 

- O papel de Pai (e como pode ser difícil ser espetador): 

Enquanto mulheres sentimos o nosso corpo mudar desde o início da gravidez e adaptamos-nos pouco a pouco à nova vida que se forma. Temos náuseas, vómitos e vimos o nosso corpo mudar pouquinho a pouquinho mas suficientemente rápido para nos adaptarmos a esta nova realidade.

Pelo contrário os pais tem uma posição de meros espetadores mas, ao mesmo tempo, é-lhes pedido que nos compreendam e que nos apoiem a toda a prova. O problema é que eles não conseguem sentir o que nós sentimos e esse desconhecimento pode ser assustador para eles.

Felizmente no nosso caso a comunicação funcionou perfeitamente e desde o início que conversamos sobre tudo e mais alguma coisa. 

E essa discussão constante dos nossos medos, angústias e receios fez com que nos sentíssemos os dois mais seguros e confiantes à medida que a gravidez avançava. E depois a barriga a crescer, as ecografias e os primeiros movimentos que ele pode sentir acabaram por solidificar a sua posição de pai e começa a sentir-se "um verdadeiro jogador de futebol e não o treinador de bancada". 

De notar que, apesar do meu marido ser o primeiro a reclamar quando numa sala de espera com dez mulheres existem apenas dois acompanhantes, a verdade é que os próprios serviços seja por falta de tempo ou por falta de hábito nem sempre lhes dão tempo de antena*. Ainda me lembro da primeira consulta na maternidade em que a sage-femme* mal olhou para ele ao longo de toda a consulta e nem lhe dirigiu palavra.  

 

* Nunca é demais relembrar-vos, e para evitar alguns comentários como os que tive no post sobre o Body Positivy, os profissionais de saúde que nos seguem devem ser pessoas da nossa inteira confiança. Se não se sentem ouvidos ou se não acham que estejam a ser bem atendidos são livres de pedir uma mudança de médico ou uma segunda opinião. E sobretudo coloquem todas as dúvidas aos vossos médicos e não saiam de lá sem uma resposta satisfatória. 

* A nossa realidade em Lyon é um bocadinho diferente da que me parece estar a acontecer em Portugal. Desde Maio do ano passado as restrições ao acompanhamento da grávida por um acompanhante adulto são autorizadas e até agora o meu marido pode acompanhar-me a rigorosamente todas as consultas, ecografias e mesmo numa ida às urgências ele foi autorizado a estar presente. 

* Profissional de saúde com diploma universitário em França (e noutros países europeus como Reino Unido) que tem a competência do seguimento da gravidez normal (seguimento obstétrico, realização de ecografias, prescrição de exames complementares de diagnóstico), realização de parto normal sem presença obrigatória do obstetra, acompanhamento do pós-parto da mãe e do bebé nos primeiros dias de vida, aconselhamento em aleitamento, reeducação perineal e preparação para o parto e mais recentemente realização de vários atos de ginecologia em mulheres saudáveis. Em comparação com a realidade portuguesa será uma profissão que une as competências do obstetra-ginecologista (fora situação patológica) e dos enfermeiros especialistas em saúde materno-infantil. A reeducação pós-parto pode também ser realizado por um fisioterapeuta especializado em saúde da mulher sendo até mais indicado em caso de cesariana. 

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Photo by Jonathan Borba on Unsplash

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