Nunca gostei particularmente do dia de São Valentim. Resultado de uma adolescência pouco rica em experiências amorosas ou por não perceber a utilidade dos milhares de ursinhos com corações vendidos nesta altura do ano.
Mesmo com o meu marido, que lhe tem uma certa aversão também, nunca jantamos fora, nunca nos oferecemos presentes por causa desta data.
Mas os anos passam e vamos mudando a forma de ver a vida e este ano decidi "comemorar". Não o faço para me sentir parte da população mas porque considero que é mais uma ocasião de ouro para estarmos melhores juntos e embelezarmos um pouco mais a nossa vida.
O programa é bastante simples: umas bolachas que comprei esta manhã na padaria e três rosas que comprei na florista ao passagem e que perfumam neste momento a nossa entrada.
Não haverão filas para o restaurante, nem stress com a fatiota, nem entregar as crianças aos avós (calha bem porque não podemos fazer isso, infelizmente!) mas a data não passará em branco. Sem grandes coisas apenas uma família que está junta e um casal que é a base dessa mesma família.
Vários meses se passaram desde a minha última publicação.
O regresso ao trabalho, o ritmo acelerado pela chegada de um recém-nascido em casa, um "grande" que entrou na escola e também uma certa desmotivação muito por causa dos anónimos desta vida fizeram com que me afastasse daqui e que duvidasse se valia a pena continuar a escrever.
Mas o meu dia a dia mostra-me que aquilo que partilho aqui e que tento pôr em prática (com muitos altos e baixos), pode fazer sorrir alguém. E um sorriso, a simples ação de se fazer bem a si mesmo, aos seus e aos outros, pode dar origem a algo muito maior e tornar-se em um pouco mais de amor neste Mundo.
E não, o objetivo está longe de ser "só olhar para o meu umbigo" mas sobretudo "tratar de mim para tratar ainda melhor de quem está à minha volta".
Porque os prazeres simples são os que mais contam e se um únicos dos olhos tristes e vazios que cruzamos na rua forem ligeiramente "consolados" por um sorriso ou por uma palavra de apreço então o que escrevo aqui vale um bocadinho a pena!
E assim volta o Crónicas, sem linha editorial, sem datas fixas ou pressões de qualquer forma. Apenas o que o coração, e a inspiração, ditaram as suas regras!