Apesar de ter bastante respeito por várias áreas que fazem parte integrante da política, esta última é coisa que não me interessa.
Há uns anos atrás era visto como normal alguém não ter afiliação política e votar pela cara, ou quando muito pelas propostas dos candidatos.
Hoje em dia a política, ou melhor os interesses dos políticos, embalam-nos na canção do bandido que é como quem diz formatam-nos a pensar como eles culpabilizando-nos por pensar aquilo que pensamos.
E isso vê-se no dia a dia, quando se tornou estupidamente comum comentar com alguém a beleza do jardim municipal e a pessoa responder "quando era o partido de esquerda/direita" era muito melhor! Ora eu não quero saber como era antes mas aqui e agora o jardim está bonito e isso chega-me.
A lenga lenga continua com a comunicação social e as redes sociais, que de social não tem nada, que passaram a ser veículos de transmissão de pensamento ideológico. E para ajudar é o tempo de antena dado a tal e tal organização, todos defensores acérrimos da liberdade de expressão e da democrática desde que isso não vá contra os seus próprios interesses, porque quando não lhes agrada saí o racista, o fascista, o esquerdista, o marxista e todos os istas possíveis e imaginários.
Ora meus amigos, há bons e maus em todo o lado e se Deus nos forneceu algo tão maravilhoso como um cérebro é seguramente para o usarmos... O que convenhamos nem sempre é fácil porque implica refletir, errar, repensar e assumir a responsabilidade do que daí vem.
Até os Senhores Jornalistas se atrevem a "dar sermões" e a isenção é cada vez mais esquecida. E os algoritmos e os "papagaios" que repetem tudo o que ouvem sem pensar. E os iluminados que acham que só eles detem a verdade e que manipulam à direita e à esquerda.
Só gostava que parassem de me atirar areia para os olhos e de me tentarem manipular como se eu tivesse cinco anos. E nesta paranoia em que tudo é política e polaridade só vos peço uma coisa: deixem-me pensar pela minha própria cabeça! A mim e a todos aqueles que tem vontade disso... Obrigado!
Por muitas razões os transportes públicos são utilizados por muitas pessoas e a verdade é que, sobretudo para quem vive em grandes cidades e na sua periferia direta, são bastante úteis e é mesmo agradável a possibilidade de utilizar o tempo da viagem para outra coisa que não seja estar bloqueado no trânsito.
No entanto, se o conforto nem sempre é o ideal devido às lotações, aos atrasos, às greves e a tantas outras possíveis contrariedades, a má conduta de alguns passageiros pode ainda tornar a experiência menos agradável.
O que vos trago hoje é uma lista de pequenas atitudes ou regras que são de senso comum e o objetivo não é fazer ensinar nada a ninguém, apenas refletir sobre elas. Porque estou certa de que há casos de verdadeira má educação mas que, na maioria das vezes é a desatenção ou o cansaço que podem estar na origem de alguns "maus comportamentos".
- Ser cortês: A cortesia parece cada vez mais um valor do século passado, sobretudo no Mundo tendencialmente individualista em que vivemos, mas não deixa de ser uma forma de tornar as viagens em coletividade mais agradáveis.
Deixar sair antes de entrar, não empurrar quem está na frente ou ceder a passagem a quem está mais carregado são pequenos gestos que tornaram o dia de toda a gente mais agradável.
- Respeitar as prioridades e ceder o lugar:
Nesta segunda gravidez sinto-me mais cansada do que na primeira e quando alguém me cede o lugar sinto-me sinceramente agradecida por isso.
No entanto são muito poucas as pessoas que se levantam para ceder o lugar a idosos, pessoas com dificuldades de mobilidade, crianças pequenas ou mulheres grávidas e isso mesmo quando estão num "lugar prioritário".
E o pior é que tenho a certeza de que são muito mais os que nem reparam em quem está à volta, absorvidos que estão pelo telemóvel, do que aqueles que olham para o lado.
- Controlar o volume das conversas:
Se não é proibido falar ao telefone enquanto se viaja de transportes públicos é apreciado que as pessoas que o façam evitem ao máximo incomodar os outros e não falar demasiado alto.
- Utilizar headphones:
Se os telemóveis se tornaram uma espécie de extensão do nosso corpo os outros não são obrigados a ouvir o que nós ouvimos. Por isso se é para ouvir música ou para ver videos é favor utilizar headphones...
- Os sacos e malas não tem de ocupar lugar:
Deve haver pouca coisa que me irrite mais do que, num transporte público cheio, alguém ocupar o lugar ao lado do seu com sacos ou mochilas. E isso especialmente quando estão muitas pessoas em pé e que adorariam ter um espacinho para se sentar!
- Ocupar toda a extensão do transporte e não apenas os acessos:
Quem nunca perdeu um metro porque não conseguiu entrar devido ao número de pessoas à porta e depois se apercebe de que o resto da carruagem está vazio?! Está tudo dito não está!
- Sorrir aos outros passageiros:
Esta aqui é das mais agradáveis de todas. Sorri a quem está à tua volta.
Afinal às 7 da manhã vamos todos para o mesmo e todos com um estado de espírito semelhante... então que tal ser a energia positiva de quem cruzamos pelo caminho?
E por aí há utilizadores de transportes públicos? Qual destas regras "esquecem" e qual acham que é imprescindivel? Há mais alguma que gostariam de acrescentar?
Na passada Sexta-feira, uma colega chegou à nossa sala comum durante o tempo de almoço. Vinha de uma consulta médica em que lhe foi dada mais baixa devido a uma fratura.
O seu estado de espírito meio "choramingão": aborrecida mais com as circunstâncias, o facto de não puder fazer o que gostaria e das dores do que de tudo o resto.
Conversa puxa conversa, enquanto "deitava cá para fora" toda a sua mágoa e frustração sairam-lhe da boca para fora várias queixas sobre o marido e os filhos.
Quem não sabe o que é estar mal na sua pele e dividir casa com essas pessoinhas que nos podem levar de um extremo ao outro em menos de nada que atire a primeira pedra! Sobretudo quando o cansaço, o stress e a excitação do outro lado estão também em nível elevado.
No entanto o que se seguiu não deixou de a surpreender: uma enxurrada de críticas ao marido que, "como todos os homens" é um incapaz e as crianças umas ingratas como aliás são todas também.
Nenhuma das pessoas que falou parou um segundo que fosse para pensar em como o estado emocional dela podiam estar a fazê-la ver as coisas de um ângulo bem mais negativo e penoso do que o que realmente se passa lá em casa. E que não é assim que se ajuda ninguém.
Ainda há uns meses atrás uma outra colega, mãe de dois adolescentes e cujo marido trabalha bastante (o que se diga de passagem permitiu à família comprar uma casa num dos bairros mais cobiçados da cidade) me dizia que começava a ficar farta dos comentários mais ou menos azedos de certas colegas sobre os horários de trabalho do marido e à incompreensão total de que, apesar de nem sempre ser "agradável" era esse o funcionamento deles enquanto casal e a forma como decidiram lutar pelos seus objetivos familiares: ele com o trabalho (e consequentemente o dinheiro que faz entrar em casa) e ela com a escolha que fez em ter um emprego com horários mais clássicos mas podendo estar mais disponível para os filhos, sobretudo na gestão do dia a dia.
O problema é que se tanto se sabe sobre a vida comum e as dificuldades que um e outro enfrentam é porque ela fala nisso também, e mais do que devia claramente...
Estas duas histórias têm um ponto em comum: o facto de as pessoas se confessarem à primeira orelha sem colocarem em causa a intenção e a disponibilidade de quem escuta.
Se, por vezes, precisamos de desabafar com alguém, o que é humano, temos a obrigação para connosco próprios e para com os visados de escolher com quem o fazemos. Alguém da nossa extrema confiança e cujo bom senso e lealdade nos suportem, nos encoragem e nos permitam ver as coisas por um "outro ângulo".
E é nestas ocasiões que uma certa reserva são benéficos, já que nos protegem de comentários que, baseados numa boa intenção ou não, nos podem ferir ainda mais e ainda nos arriscamos a tornar a nossa intimidade familiar o próximo tema de conversa "da máquina de café".
Escusado será dizer que podem haver situações mais extremas e que precisamos mesmo de falar nelas mas, mesmo aí, o conselho de alguém de confiança continua a ser mais útil do que a "logorreia" de três ou quatro pessoas "bem pensantes" que estão mais preocupadas em ouvir-se a si próprias do que em ouvir e apoiar quem realmente precisa!
E depois desta Sexta Feira só me apraz levar as mãos aos céus e dizer: Mais "pudor", por favor!
Por viver no centro de uma cidade de periferia encontro muitos miúdos com idades de terceiro ciclo e secundário seja na rua seja nos transportes públicos.
Entre os fones nos ouvidos, os iPhones na mão e as roupas parecem todos exatamente iguais, quase nem se distingue quem é quem.
Relembro-me de mim com essa idade. Apesar de gostar de coisas "da moda" nunca reneguei (nem conseguiria) o meu estilo coquete e feminino.
De uma forma geral as minhas colegas e amigas tentavam fazer o mesmo. Podíamos até comprar na mesma loja mas o estilo de cada uma estava mais ou menos marcado.
Os que cruzo por aqui não!
Numa altura em que muito se critica a decisão da França de optar pelo uniforme escolar é impossível não me deparar com o seguinte pensamento: de uniforme e todas iguais já eles andam! São as calças de fato de treino e as sweatshirts desportivas faça frio ou faça Sol. De preferência de cor preta, ou cinzenta... ou o mais neutro possível.
E pergunto eu: onde raio anda aquela vontade de afirmação tão digna destas idades? Será que se afirmam todos da mesma maneira ou nem se dão a esse trabalho?
O meu questionamento ainda vai mais longe quando, à volta, os adultos se vestem de forma similar... E ao fim de quarenta pessoas vestidas de forma semelhante, quase indistinta, desisto de observar e sigo a minha vida.
E assim se parecem todas estas pessoas, ainda mais fechados pela cabeça metida "dentro do telemóvel" e que parecem incapazes de se dar conta de como, ao querer provavelmente sair da caixa, estão mais encurralados nela do que nunca!
Sendo uma apaixonada por moda e uma defensora da feminilidade ainda me foco mais nas jovens, nas senhoras de amanhã, que quando não usam este uniforme de invisibilidade (que tentam realçar com uma quantidade de maquilhagem digna de um anúncio publicitário) vestem-se de forma extremamente sexy: são os blazers sem nada por baixo ou os decotes extremos, que numa mulher de vinte e poucos até passam bem mas que numa miúda de 12 deixam no ar a dúvida: será que aquela noção de equilíbrio e de "sugerir sem mostrar" também ficou lá no século passado e as novas gerações ignoram esses antigos preceitos ou estão tão embebidas pelas Kardashian deste Mundo que acham mesmo que a única coisa porque valem a pena é o corpo?!
E num gesto quase de revolta dou por mim a puxar para o lado oposto. A dar o tudo por tudo naquilo que cada um de nós merece: um estilo próprio, cores alegres, cabeça alta e um sorriso na cara e sobretudo ocupar o seu lugar no mundo, com tudo o que de bom ou de dificil isso trás.
Um grande beijinho e até ao próximo post!
Fonte da imagem: https://juliaberolzheimer.com/2017/05/shopping-in-tulum/