A Páscoa é uma festa muito especial para mim. Em primeiro lugar porque é uma festa de família, daquelas que prezo conservar, em segundo lugar porque como católica assumida esta festa simboliza a esperança da ressureição e em terceiro lugar porque me faz entrar de cabeça na Primavera.
Hoje, e agora que esta quadra especial se aproxima a passos largos, trago-vos algumas ideias para marcarem esta data que me é tão querida, especialmente se o vosso programa for caseirinho como o nosso!
Espero que elas vos inspirem e vos motivem a aproveitar esta data especial.
- Florir a casa:Apesar de ser relativamente cedo este ano, a Páscoa já cheira a Primavera. Por isso aproveitem estes dias para florir a casa ou, pelo menos, a mesa de refeições. O ambiente será imediatamente mais festivo!
- Vestir-se bem e alegremente para comemorar esta data:Se nos fins de semana e feriados o pijama até é permitido convido-vos a fazer um esforço, por mais pequeno que seja, pela vossa apresentação. Ninguém ficará indiferente a um look bonito, sobretudo o próprio!
- Caça aos Ovos:Se tiverem a honra de partilhar esta quadra com crianças não deixem de lhes proporcionar uma "Caça aos Ovos". Um bom momento de convivialidade entre todos será mais apreciado pelos pequenos que o ovo de chocolate mais caro do Mundo... e é muito mais importante!
- Pôr de lado os ecrãs:Se todos nós sabemos que os ecrãs nos privam de muita coisa então porque não aproveitar o fim de semana de Páscoa para fazer um detox digital?! Aproveitar dos nossos, ler um bom livro ou assistir a um excelente filme serão com certeza propostas mais interessantes do que os scrolls incessantes pelas redes sociais.
- Fazer uma boa ação:Independentemente das convicções religiosas de cada um parece-me que esta data é, a par do Natal, propicia a realizar uma boa ação. Oferecer a vossa ajuda, seja ela material, temporal ou o que quer que for, a alguém em necessidade é uma boa maneira de festejar essa quadra. Se cada família dê-se uma mãozinha a pelo menos 1 família, já teríamos 20 famílias mais felizes! Não nos esqueçamos nunca que dar é mesmo melhor do que receber!
E por aí qual o vosso programa para esta Páscoa? Um grande beijinho e até ao próximo post!
Uma das minhas grandes preocupações em relação à educação do meu filho passa também pelo bilinguismo. Vivendo em França mas com toda a família e as raízes em Portugal parece-nos fundamental ajuda-lo a aprender as duas línguas ao mesmo tempo.
E se parece coisa fácil, já que "basta os pais falarem para eles aprenderem", a verdade é que este bilinguismo, sobretudo quando desejamos um bom nível em ambas as línguas, tem a sua dose de "desafio".
Hoje gostaria de vos relatar alguns desafios aos quais nos temos confrontado agora que ele já começa a falar. Considero que para nós que falamos todos a mesma língua é mais fácil do que se apenas um dos pais ensina a língua minoritária.
Uma das maiores dificuldades que sentimos nele é a de perceber onde e com quem deve falar português ou francês. Se não demonstra ficar frustrado com o facto de as pessoas não o perceberem quando fala a língua "errada" acreditamos que seja nosso trabalho explicar-lhe com quem e onde deve falar o quê.
Outro desafio, mas este é sobretudo para nós pais, é o de sermos ainda mais vigilantes com a nossa própria linguagem. Porque, como toda a gente, fazemos atenção à linguagem demasiado familiar mas também somos obrigados a evitar os "francesismos" que por facilidade utilizávamos antes de ele nascer!
Um outro ponto que tem de ser aceite por todos nós é o "sotaque" dele. Se é comum entre os miúdos bilingues terem algum sotaque ao inicio é verdade que, enquanto adultos, temos tendência a corrigir tudo até à exaustão. E isso é bastante desencorajador para a criança. No nosso caso temos uns brilhantes "R" e "el" à francesa e sinceramente, por enquanto, achamos que é bastante charmoso.
Um bocado no seguimento do ponto anterior, temos tentado trabalhar a nossa indulgência e a nossa perseverança em todos os momentos. Não o frustrar demasiado com correções e criticas, nem cair na facilidade de falar a língua que para ele é mais cómoda.
Mas afinal o que temos colocado em prática ao longo dos últimos seis meses para o ajudar nesta aprendizagem dupla?
Falar português em casa sempre que possível é indiscutivelmente importante, mas permitir-lhe socializar com outras pessoas é igualmente fundamental. Estimulamos ao máximo os tempos de conversa com os avós, mesmo que seja via videochamada. Quanto ao francês, a creche é o ponto principal de aprendizagem mas também o incitamos a jogar com outras crianças no parque e a comunicar com outros adultos, sejam pais de outras crianças na creche, amigos nossos ou mesmo caixas do supermercado.
Cantigas, histórias e desenhos animados em ambas as línguas são também ferramentas que tentamos colocar ao nosso dispor e que adaptamos em função das necessidades que ele apresenta. Claro que, em qualquer uma delas somos exigentes nas escolhas, sobretudo a nível de nível de linguagem.
Já falei lá atrás mas, para mim, a perseverança e o reforço positivo são peça chave para ele apreciar ambas as línguas e sermos confrontados o mais tarde possível com o facto de ele não querer falar uma delas, que é algo comum em miúdos bilingues.
Ao longo do tempo temos também tentado envolver as outras pessoas que fazem parte da vida dele neste processo. Na creche a "atitude conciliadora" foi mesmo muito importante sobretudo numa fase em que ele falava mais português do que francês. Com uma atitude compreensiva em relação às informações e inquietações do pessoal da creche mas defendendo a importância que a equipa pode ter em todo este processo conseguimos encontrar um equilíbrio e um ambiente favorável à aprendizagem das duas línguas. Trabalho semelhante foi também necessário com as nossas famílias e amigos.
Este testemunho é apenas o resumo dos nossos primeiros passos neste caminho de educar um miúdo bilingue, quem sabe quantos outros se seguirão...
A Primavera já está aí à porta e, com ela, os meus "Quadros de Inspiração" começam a tornar-se mais coloridos, floridos e alegres.
Admito que, ao contrário dos anos anteriores em que sempre enfrentei os meses de Janeiro e Fevereiro com naturalidade, este ano a coisa custou bastante a passar entre náuseas, cansaço e todos os vírus que o miúdo pegou na creche e, aos quais, o meu pobre sistema imunitário não conseguiu fazer frente.
Por isso este post é uma espécie de apoteose de todo este tempo de espera. Espero que vos agrade e que vos inspire!