O meu menino já ultrapassou o meio ano de vida. Parece que foi ontem que aqueles olhos expressivos me olharam pela primeira vez. Aqueles olhos de uma criança pronta a conquistar o Mundo mas, sobretudo, o coração da mãe.
Estes foram os seis meses mais intensos da minha vida. Duros mas maravilhosos, cheios de aprendizagens e muito brilho nos olhos.
Nada nem ninguém nos prepara para a maternidade/paternidade. Nem as conversas com os (já) pais, nem a gravidez e muito menos os livros ou as redes sociais. Esta é uma aprendizagem de terreno que nos coloca em causa o tempo todo..
Desde que ele nasceu percebi finalmente porque é que, para os pais, o tempo passa extremamente rápido. Admito que enquanto me encho de orgulho das suas novas conquistas me digo que estes meses deviam ter sido multados por excesso de velocidade.
Emociono-me todos os dias com o sorriso aberto com que me recebe, a forma como interage com adultos e crianças na creche.
Espanto-me com a facilidade com que ele me faz esquecer o cansaço e a frustração, especialmente nos dias em que teimo em ser a "Mãe Perfeita" e, como é óbvio, não consigo.
Descobri com ele que posso fazer confiança ao meu instinto e que, mesmo que me engane, ele me perdoará. Também percebi como pode ser irritante ter um mini me com os mesmos defeitos que nós (faz birras de sono exatamente como a mãe).
O meu filho ensinou-me também que na educação não há dogmas, apesar de as técnicas de educação e as ideias relacionadas à parentalidade positiva estarem tanto em voga e todos os conselhos que nos oferecem (mesmo quando não perguntamos nada). O que funciona para uns não funciona para outros e tanto melhor assim.
Ao mesmo tempo perdi a vontade de dar as minhas opiniões sobre a performance dos outros pais... os miúdos fazem-nos duvidar das nossas certezas com extrema rapidez.
Uma colega disse-me recentemente que a única receita que tinha para educar os filhos era bom senso e fazer-se confiança, por muito difícil que isso seja. Desde aí tento levar isto como um mantra, especialmente nos dias mais difíceis.
Isto de ser mãe de primeira viagem tem muito que se lhe diga. É difícil, cheio de descobertas mais ou menos surpreendentes e algumas frustrações mas é também maravilhar-se todos os dias com os progressos dele e os milhares de fotos na galeria do telemóvel (e ter vontade de as mostrar a toda a gente...).
Uma coisa é certa nunca fiz nada tão exigente mas, ao mesmo tempo, tão maravilhoso!
Desde pequena que adoro música. Foi-me, durante anos, impossível viver sem o rádio ligado. Era o meu acordar e o meu adormecer na adolescência, a minha companhia no carro nos anos de vida adulta.
Tenho um talento para decorar letras e reconhecer músicas nos primeiros acordes.
Ao longo da minha vida fui criando uma espécie de Playlist, de Banda Sonora Original. Cada música me recorda um momento ou uma determinada altura.
"Aprender a ser feliz" dos portugueses Pólo Norte para o final da infância, "Otherside" de Red Hot Chilli Peppers para uma das mais marcantes atividades dos escuteiros que vivi na minha vida (um dia falar-vos-ei disso) ou "On Top of the world" de Imagine Dragons aquando da minha decisão de emigrar.
A elas se juntaram tantas outras como "Another Day of Sun" da banda sonora do filme La La Land, que foi a música de abertura da boda do meu casamento ou "My Universe" de Coldplay & BTS que me faz pensar no meu filho.
E, quando ouço qualquer uma dessas músicas (que já são tantas), me lembro de momentos, me motivo, choro ou sorrio. Como se estivesse lá outra vez... mas sempre sabendo que é para a frente o caminho.
Neste inicio de ano decidi criar um "Visionboard" que me ajude a relembrar dos meus objetivos para este ano.
Estes quadros de inspiração, que conhecemos pela sua utilização em moda, decoração ou design, foram transformados em "visualizadores de sonhos" pelos adeptos da Lei da Atração.
A Lei da Atração e o Visionboard
A "Lei da Atração", tão conhecida graças ao livro publicado "O Segredo" de Rhonda Byrne, consiste na crença de que a mente e o universo trabalham em sintonia para que cada pessoa atraia tudo aquilo que deseja.
Não sou uma aficionada desta forma de pensamento mas reconheço que o facto de nos mantermos focados e confiantes nos nossos objetivos e sonhos nos deixa mais despertos para as oportunidades e as escolhas e cedências a fazer.
Como contruir um visionboard?
Para construir um visionboard é preciso saber o que nos motiva e/ou faz o nosso coração bater mais forte. Pode ser a decoração de um espaço em casa, um sonho de consumo ou mais tempo em casal, por exemplo.
Conforme o nosso gosto pessoal e sobretudo a nossa vontade, podemos juntar outras coisas que nos fazem felizes ou com as quais nos identificamos como frases motivadoras ou as nossas cores preferidas.
Podemos contruir um visionboard em formato físico (com uma cartolina e recortes de revista) ou em formato digital através de sites como o Canva, por exemplo. Independentemente da forma como construimos o nosso acho importante garantir que ele possa ser alterado e adaptado ao longo do ano.
Para que ele funcione mesmo como "lembrança" é importante que o mantenhamos debaixo dos nossos olhos.
O meu Visionboard para 2022
Decidi começar com um Visionboard minimalista e em formato digital.
Nele coloquei imagens que me relembram os meus principais desejos e objetivos para este ano mas pretendo ir fazendo atualizações à medida que projetos e sonhos se forem juntando e ficando mais claros na minha cabeça.
Como o meu objetivo era ter algo bonito e simples optei por juntar-lhe apenas uma frase "Atrais aquilo que transmites" cujas duas interpretações diferentes que lhe consigo encontrar me fazem todo o sentido ("Não podes querer mais do que dás" e "mereces o equivalente ao que transmites"). Juntei-lhe também a palavra "Serenidade", que escolhi como palavra do ano segundo o método da coach Clotilde Dusolier*.
Optei por deixar o meu visionboard no ecrã de bloqueio do meu telemóvel e até agora já me serviu umas quantas vezes de motivador... e o ano ainda agora começou!
E vocês, já conheciam os Visionboard? Conseguem manter o foco nas vossas resoluções de Ano Novo ou precisam de algo que vos relembre delas? Quais as vossas astúcias?
Um grande beijinho e até ao próximo post!
*site em língua francesa
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Em primeiro lugar, e apesar de já estarmos com quase uma semana de 2022, gostaria de vos desejar um Feliz Ano Novo com saúde, paz e alegria.
Por aqui a tradição ainda é o que era e, à meia noite do Dia de Ano Novo, comeram-se as doze passas. A cada passa corresponde um desejo e para 2022 os meus são os seguintes:
- Partilhar bons momentos com família e amigos;
- Que a serenidade tome conta de mim;
- Derreter-me com o sorriso do meu filho e vê-lo crescer e evoluir;
- Voltar a partilhar a mesa com os amigos;
- Ter, finalmente, umas merecidas "férias" de praia ou de montanha;
- Rir até me doer a barriga;
- Namorar muito!
- Desfrutar de umas horas entre raparigas (que saudades...);
- Aprender a relativizar e a aceitar o que não posso mudar;
- Emocionar-me com a natureza, com a arte ou com um sorriso;
- Aproveitar os meus escassos momentos de silêncio;
- Nunca esquecer que os bons momentos são para ser vividos e os maus são para ser enfrentados.
E por aí, quais os vossos desejos para este ano? Por minha parte desejo que cada um de vocês seja rico em saúde, amor e muita paz.