Já não é a primeira vez que ele "me entra" pelo blog dentro e me escreve um texto. Num ano que foi tão difícil mas que teve tanto significado para nós era indispensável que ele fizesse parte deste Calendário do Advento. Afinal é ele o companheiro que escolhi para me acompanhar nas noites mais frias e escuras assim como nos dias mais ensolarados, quando os dias se alongam e o Sol nos bate na cara sem pedir permissão.
Muito Obrigado por esta participação e por toda esta reflexão que nos trouxeste!
O Natal é o nascimento de uma estrela nas noites mais frias.
Dia a dia, pouco a pouco, vamos percorrendo o nosso inverno com cada vez menos dia e mais tempo de noite. Inexoravelmente uma cortina de escuro e de frio desce sobre o mundo, custa acordar de manhã e enfrentar a neblina, custa passar o dia a ver o sol descer no horizonte, custa chegar a casa durante a noite e esperar por um amanhecer que está ainda demasiado longe.
E é precisamente aqui, nas noites mais longas, que há a oportunidade de fazer nascer uma estrela.
Afinal as estrelas mais brilhantes necessitam das noites mais escuras para se destacarem mais.
É nesta dicotomia que percorremos Dezembro, nas trevas procurando uma luz. Onde a encontrar, portanto?
Talvez a estrela que precisamos no dia de Natal temos obrigação de a ir acendendo todos os dias, de a intensificarmos com o nosso calor, de iluminarmos as noites com a nossa presença.
Mais do que em nós precisamos de a ver nos outros, naqueles que estão mais próximos, naqueles que mais precisam de luz porque estão imersos naquela escuridão que dura o ano todo.
Acendamos portanto essa luz com palavras e ações, vejamo-la brilhar em cada gesto, em cada bocadinho que partilhamos. Nos átomos pela paz que podemos lançar no universo.
A árvore escura na floresta era uma promessa, metia medo a quem passava, o vento uivava através dela durante a longa noite de inverno. E ainda assim colhemos a árvore, trouxemo-la para o pé de nós onde há vida e colocámos luzes e enfeites de natal.
Vamos então à floresta de novo, enquanto a luz se apaga lentamente nos dias de Dezembro, colher aquilo que nos mete mais medo, para nessa promessa de acender uma luz a possamos ver a brilhar no dia de Natal.
E nas memórias dessa noite prometida, partilhemos com quem amamos a luz, prometendo que mais do que iluminar a noite mais longa, será uma promessa de memória futura e luz para o ano que vem.
O advento é também pautado por valores como paz, partilha e gratidão e hoje quero falar-vos de gratidão.
Como seres humanos temos tendência a ser insatisfeitos e estamos mais preocupados em cumprir objetivos em série em vez de apreciar aos pouquinhos o que vamos conquistando. E depois, como mal nos damos conta do que já temos, convencemos-nos de que não temos nada porque simplesmente nem nos apercebemos do que já temos.
Só para vos dar um exemplo do nosso nada: se pararmos para pensar todos nós temos um computador ou um telemóvel por onde lemos este blog, eletricidade para o pôr a funcionar. Temos também uma ligação à internet e uma visão capaz de nos permitir ler um blog.
Se lemos um blog, quer dizer que tivemos a oportunidade de aprender a ler e escrever. Que certamente temos um teto em cima da cabeça e alguma coisa para aconchegar o estômago e, com um bocadinho de sorte, uma manta quentinha para nos enrolarmos enquanto vagueamos por esta blogosfera fora...
Afinal temos ou não temos tanto que agradecer?
Deixo-vos como tema de reflexão para hoje essa mesma Gratidão e convido-vos a dedicarem algum tempo a fazerem a vossa própria Lista de Gratidão. Acreditem que pode ser difícil ao inicio mas, quanto mais nos treinarmos a reconhecer o que temos mais fácil este exercício se tornará.
Pela minha parte quero deixar-vos também uma palavra de gratidão. Gratidão por estarem desse lado, por me acompanharem nesta "parte de mim" que é o Crónicas.
Gratidão pelas partilhas, pelas opiniões, pelos comentários e pelos desafios.
Gratidão por sentir que também aqui tenho "um lugar" a que posso chamar casa. E são os vossos comentários que o tornam ainda mais especial.
Este post é sobre Gratidão e eu estou-vos infinitamente grata por tudo!
Este ano, muito por causa do confinamento e de um cansaço extremo, tenho passado algum tempo enroladinha numa manta e a ver filmes de Natal.
Se vos posso sugerir um (que não é um, são 3) será a Trilogia "A Christmas Prince".
Estes filmes, com a assinatura da Netflix, levam-nos até Aldovia, um pequeno pais onde acompanharemos Amber, uma jovem jornalista americana que se infiltra e marca profundamente a família real.
A história de amor e amizade, assim como as mágicas decorações de Natal e a alegre banda sonora fazem-nos entrar no espírito da época.
Em termos comparativos, esta comédia romântica faz inevitavelmente pensar ao "Diário da Princesa" e têm o mesmo poder de deixar "enfeitiçados" os corações mais românticos.
Enfim, uma comédia romântica tranquila que permite desfrutar muito bem destes dias que antecedem o Natal!
E vocês, que filmes de Natal aconselham?
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A querida Charneca em Floraceitou gentilmente o meu convite para participar neste Calendário do Advento e imediatamente me perguntou o que queria, já que este Natal 2020 se avizinha em pequeno comité e nada igual aos anteriores. Eu respondi-lhe que queria algo que nos fizesse esquecer os problemas que nos cercam neste momento e ela amorosamente não só foi de encontro com o meu pedido como nos fez um post muitissimo interessante sobre a origem do Presépio.
Muito obrigado pelo teu empenho e pela tua participação querida Charneca. Resta-me desejar-te um Santo e Feliz Natal nas melhores condições possíveis e com a melhor companhia do Mundo (presencialmente ou não). Um grande beijinho!
O Natal é uma época repleta de simbolismo. As luzes, os enfeites, a árvore de Natal, a mesa recheada de iguarias, os presentes, tudo isto contribuí para uma inevitável aura de magia. Cada um destes exemplos terá o seu significado e a sua história mas não é sobre nenhum deles que me proponho escrever nesta ocasião.
Nesta época é possível encontrar, em inúmeros lugares, as mais variadas representações do acontecimento que, segundo a tradição cristã, deu origem ao Natal. A este conjunto de figuras alusivas ao nascimento de Jesus chama-se Presépio. Mas quem terá iniciado esta tradição?
Segundo se consta, a primeira recriação do Nascimento de Jesus através de um Presépio ocorreu em 1223 por iniciativa de São Francisco de Assis. Nesse ano, em vez de celebrar o Natal na Igreja, como era habitual, mandou levar uma manjedoura para uma gruta, assim como um burro e um boi. Em relação às figuras de Jesus, Maria e José, as fontes divergem. Há quem diga que havia essas figuras em barro, há quem diga que foi um Presépio vivo com um bebé representando Jesus e há quem diga que não existiam essas figuras e que São Francisco, só pela presença do burro e do boi e pela fé, explicou aos fiéis como Jesus nasceu de forma humilde. Ou seja, foi uma espécie de catequese viva. O que é certo é que São Francisco de Assis ficou, tradicionalmente, ligado ao início do Presépio.
Seguindo o exemplo de São Francisco de Assis, foi-se adquirindo o hábito de montar presépios. Primeiro nas igrejas, nos mosteiros e nas catedrais, depois nos palácios de nobres e reis até se estender às casas das pessoas comuns.
Cada cultura acabou por interpretar esta representação do Nascimento de Jesus à sua maneira levando à existência de modelos de presépios muito diferentes. Por exemplo, os presépios portugueses mais tradicionais são de barro e muito coloridos apresentando inúmeras figuras típicas que nada têm a ver com a época do Nascimento de Jesus.
Eu fico completamente encantada quando vejo um presépio mas, seja qual fôr o género de presépio, mais simples ou mais complexo, é importante olharmos para lá da riqueza das figuras e percebermos que tudo se resume à simplicidade daquele menino, filho de Deus, que nasceu da forma mais humildade possível. Para se ser grande, é preciso fazer-se pequenino.
Quem és tu? Uma pergunta que ouvimos frequentemente, especialmente quando chegamos a um grupo novo ou mesmo a uma entrevista de emprego.
Quem és tu? Uma pergunta que se nos fizermos a nós próprios temos tantas dificuldades em responder.
Prometi-vos reflexão para este Calendário do Advento e hoje convido-vos a refletirem neste assunto que pode bem dar "água pela barba".
Quando nos conhecemos a nós próprios seremos muito mais fiéis aos nossos valores e princípios, seremos melhores pessoas para quem está à nossa volta e mais disponíveis para o Mundo. E se ainda têm dúvidas de que este assunto pode (e deve) entrar num Calendário do Advento convido-vos a reler a última frase....
Porque saber quem somos é o melhor meio para conhecer o nosso caminho e onde queremos chegar... Que estes dias que antecedem a Noite de Natal nos tragam a todos tempo e disponibilidade para pensar nisso!
O Natal é uma altura do ano onde se fala de solidariedade. É também a altura do ano que muitos apelam de hipócrita porque "só se lembram dos pobres no Natal".
Se é verdade que se podia fazer mais e melhor também é verdade que o ótimo é inimigo do bom.
Pessoalmente parece-me preferível ser solidário ao longo do mês de Dezembro do que nunca...
E são tantos os críticos que se recusam a dar no Natal porque é hipocrisia e não compartilham nada o resto do ano porque é responsabilidade do governo, das associações, do presidente da República ou de qualquer outra pessoa.
Pessoalmente dou no Natal, tal como no resto do ano, quando a ocasião se apresenta e, infelizmente as ações de solidariedade são pouco ou nada publicitadas, especialmente quando não têm bons "embaixadores".
É uma sorte ter o necessário para si, o suficiente para partilhar. É uma sorte poder preocupar-se em comprar presente de Natal para os filhos, os maridos, os pais e os amigos quando ao nosso lado há quem mal tenha para pôr comida na mesa. E há tanta gente que trabalha tanto e mal consegue chegar ao final do mês...
Se não confias em associações podes sempre fazer a tua própria partilha por ti mesmo. Conhecerás tu ou alguém em quem confies um caso de quem precise mesmo de ajuda e, quem sabe, seja pobreza encoberta e só precise de uma mãozinha neste exato momento para dar a volta por cima!
Por isso, independemente de ser vista como hipócrita ou não, sinto tanta alegria em partilhar e adoçar um bocadinho um Natal alheio!
E por aí: participam em campanhas de solidariedade no Natal, ajudam alguém que conhecem na vizinhança ou simplesmente nem pensam no assunto?
Um Natal sem música não é Natal e cá em casa música de Natal é uma escolha natural durante o mês de Dezembro.
Apesar de ter muitos álbuns favoritos e cantores que me enchem o coração quando interpretam alguns dos temas, hoje decidi partilhar-vos um deles.
Michael Bublé editou em 2011 o seu álbum Christmas e com a sua voz doce e fresca ao mesmo tempo reinventou algumas das músicas de Natal mais conhecidas de sempre. Pessoalmente acho irresistíveis a sua interpretação de It's Beggining to Look a Lot Like Christmas ou Have Yourself a Merry Little Christmas.
Espero que esta sugestão musical seja do vosso agrado e estou ansiosa pelas vossas sugestões de álbuns natalícios.
Até amanhã!
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2020 está a ser um ano do caraças e, mais do que nunca, tomar conta de nós mesmos e daqueles que amamos é inprescindivel.
É por isso que decidi trazer-vos cinco ideias de presentes de Natal que podem entrar nas nossas rotinas de self care e que me parecem boas ideias para um presente a nós mesmo ou a outra pessoa.
Livros- Livros são sempre ótimas opções de presentes. Desde romances a livros de desenvolvimento pessoal quando oferecemos um livro a alguém oferecemos também a oportunidade de sonhar, imaginar, aprender e acreditar. Se isto nao é um presente com valor o que será?
Um objeto hygge - Já é a segunda vez que vos falo de hygge neste calendário do advento e isso acontece porque associo esse estilo de vida norte europeu ao Natal.
Oferecer alguma coisa a alguém que a faça sentir-se bem e confortável no seu interior é sempre uma boa ideia, especialmente porque são estas as primeiras coisas das quais abdicamos quando o nosso orçamento já é tão apertado para outras coisas.
Por isso velas, mantas, meias quentinhas, um poster... e todas as coisas que permitam passar um momento confortável são sempre boas ideias e não ocuparam espaço desnecessariamente.
- Uma subscrição de uma plataforma, de uma aplicação de meditação ou de uma revista podem ser uma ótima opção de presente de Natal. Não é físico mas dará forçosamente prazer e ainda permite, tal como os livros, momentos de evasão e de investimento pessoal para o feliz contemplado.
- Jogos de sociedade: Quantas tardes passamos, quando éramos mais novos, a jogar a jogos de sociedade e a deliciar-nos com eles? E esse hábito perdeu-se muito por causa da televisão e da internet. Portanto, e porque acho que bons momentos em família valem ouro, deixo-vos como sugestão voltarem aos jogos de sociedade. E há mesmo coisas incriveis.
- Vinho, bolachas, chás...:Este é o tipo de coisas que adoro oferecer e adoro receber. Provar coisas novas, que muitas vezes não compraria por não serem prioritárias, e que me oferecerão com certeza momentos deliciosos é, em minha opinião uma opçao sempre acertada. E todos os gulosos de plantão devem estar de acordo comigo.
Para este Natal gostava de ter mais paz no coração,
de ser mais decidida e convicta nos meus próprios ideais.
Gostava de aprender a ser mais justa e mais corajosa, mas ao mesmo tempo mais paciente e bem menos intempestiva.
Para o próximo ano, se pudesses deixar-nos isso no sapatinho, gostava de voltar a ver as famílias reunidas,
que houvesse mais solidariedade e compaixão entre as pessoas.
E que desaparecessem as máscaras da nossa vida e os medos quase insanos que temos de todos aqueles que se cruzam connosco!
Gostava que no sapatinho me deixasses também mais bons momentos, aprendizagens consistentes e vontade de perseguir sonhos. Porque há tantos sonhos dentro da minha cabeça!
Querido Pai Natal, desejo que partilhes todas estas graças por todas as pessoas no Mundo. Porque mesmo as que nem se apercebem que precisam delas, precisam!
Estou ansiosamente à espera da tua visita, querido Pai Natal!
A Cidade de Lyon, em França, que me acolhe desde 2016 têm uma grande tradição à volta do dia 8 de Dezembro.
É por estes dias que a famosa Fête des Lumières (ou Festa das Luzes, em Português) ilumina os principais pontos turísticos do centro histórico da cidade e quando as luzes de Natal se acendem.
A Festa das Luzes, como se conhece hoje, advém de uma tradição muito antiga em honra de Nossa Senhora.
Em 1168 é construída na Colina de Fourvière, um dos pontos mais altos da cidade, uma capela em homenagem à Virgem. Esta é renovada e acolhe peregrinos todos os anos pelo 8 de Setembro.
Chegado o ano de 1643 os representantes da cidade sobem à colina para pedir a proteção divina contra a peste que assola o Sul de França. Lyon foi poupada nesta ocasião e em muitas outras situações semelhantes ao longo da história o que faz aumentar a devoção dos seus habitantes a Notre Dame de Fourvière.
Em 1850, as autoridades religiosas lançaram um concurso para a realização de uma estátua de Nossa Senhora que seria colocada no topo da colina. A sua inauguração estava prevista para o dia 8 de Setembro de 1852 mas é adiada para o dia 8 de Dezembro do mesmo ano, devido a uma cheia no rio Saone.
Nesse dia o tempo estava bastante mau e mais uma vez as autoridades religiosas estavam à beira de anular a festa... só que o céu acabou por ficar limpo e os moradores dispuseram, de forma completamente espontânea, velas a arder nas suas janelas.
Quando a noite caiu toda a cidade estava iluminada. Os religiosos continuaram o movimento acompanhados pelo povo e a capela de Fourvière aparece a brilhar na noite de Lyon.
Desde esse dia uma verdadeira tradição nasceu e os Lyonnais colocam os chamados "lumignons" nas suas janelas, colocam os enfeites de Natal e as iluminações de Natal públicas são inaugurados nesse dia.
Desde 1999 a Festa das Luzes ocorre por quatro dias (sempre à volta do 8 de Dezembro) e acolhe visitantes do Mundo inteiro.
Este ano, e devido à pandemia não haverá Festa, apesar de algumas iluminações abrilhantarem a cidade, mas toda a gente já preparou os seus lumignons. Os nossos estão ali à espera de ir para a janela!
Fonte: https://www.fetedeslumieres.lyon.fr/
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