Queixamo-nos da sociedade porque ela nos mete em "categorias" mas depois somos nós os primeiros a entrar nesta classificação.
Cada vez aceitamos menos o "cinzento". Se a opinião do João é diferente da da Maria está um necessáriamente certo e o outro necessariamente errado.
Se algo não nos agrada tentamos apagá-lo: seja isso num filme, numa obra de arte ou das fotografias tiradas com aquela pessoa que nos fez tão felizes numa altura mas que, simplesmente, seguiu a sua vida. Como se "apagar" as aprendizagens do passado nos trouxesse alguma coisa de novo.
E fazemo-lo com a certeza de que a razão está do nosso lado. Como poderia ser de outra maneira?
Especialmente porque nos adaptamos tão depressa às coisas: ainda ontem eramos #stayathome e agora já somos #outracoisaqualquer...
Precisamos de aceitar que a sociedade somos nós: eu e tu!
Somos nós que a compomos e cabe-nos a nós agir como queremos que ela seja e não esperar que ela mude só para nos agradar. Se não gosto ou não quero algo para mim devo assumi-lo e não esconder ou fazer as coisas "à calada" ou atrás de um computador.
Viver em sociedade é ser responsável pelo que somos e pelo que sentimos e posso assegurar-te que por muito difícil que seja é mais fácil do colocar a "culpa" de tudo nos outros...
Se não concordamos com algo devemos exprimir essa discordância mas com respeito e à escuta.
E se começassemos já por aceitar que todos somos boas e más pessoas, dependendo das circunstâncias em que nos encontramos e perante quem estamos.
Que todos temos qualidades e defeitos e, devido a isso, só podemos ser mais "ricos" (e desculpem lá a se a expressão ofende algum "anticapitalista" que possuí um IPhone 9) .
Por mais tons de cinzento e por menos preto e branco. É que na busca de uma justiça que nos parece ser o caminho certo estamos a tornar-nos tão, ou mais, intolerantes do que aqueles que criticamos...
Com o confinamento foram muitos aqueles que se viram obrigados a adoptar (e a adorar) uma vida mais calma e tranquila.
Com a volta ao local de trabalho físico, a correria do trânsito ou dos transportes em comum e o regresso às mil e quinhentas atividades possíveis voltamos a acelerar novamente.
E essa "aceleração" começa logo de manhã, ao acordar, altura do dia em que ainda deviamos estar calmos e dar assim tempo ao corpo para se colocar em atividade tranquilamente.
Eu sempre fui uma pessoa "da manhã": aquele demónio que acorda antes do despertador e que têm tempo para tudo.
A minha organização é tão simples e, ao mesmo tempo tão eficaz, que me permite começar o dia de forma tranquila. Mesmo aqui no blog já vos publiquei um artigo sobre como ganhar tempo de manhã.
O que vos proponho hoje é um segundo post que o complementa e que vos dá mais 5 dicas para começar a manhã de forma mais tranquila.
Vamos a isto?
Tomar o pequeno-almoço sentado:
O pequeno almoço é uma das refeições mais recomendadas do dia mas, a maior parte das vezes, é tomado em pé e de um trato.
O que vos proponho é que tomem o vosso pequeno almoço sentados. Se o tempo de manhã é pouco podem sempre deixar a mesa preparada de véspera e os ingredientes prontos no frigorifico. As vantagens de começar a manhã assim são inúmeras.
Praticar alguma atividade física:
Esta é uma dica dos grandes gurus da morning routine mas nem sempre temos disponibilidade para fazer uma sessão de yoga antes dos miúdos se levantarem.
Se o puderem, e quiserem, fazer força mas senão caminhar pode ser uma excelente atividade e é super fácil de adicionar à agenda: basta sair uma ou duas estações de metro antes do teu local de trabalho e o exercício fica feito.
Não te conectes durante os primeiros minutos do dia:
Começar o dia a verificar o email ou a fazer scroll nas redes sociais está longe de ser uma boa maneira de começar o dia.
Guarda o telemovel para quando já estiveres na rua e aproveita estes tempinhos em casa.
Prepara o teu dia com antecedência:
Listar as tarefas do dia permitir-nos-à sentirmo-nos mais à vontade e com a certeza de que nada falhará. Por isso só te posso aconselhar a fazê-lo antecipamente.
O método do Bullet Journal ou uma simples agenda podem ser ótimos aliados para isso.
Não sofras por antecipação:
Esta aqui é muito mais fácil de dizer do que fazer mas o meu conselho é que, independentemente do dia que se avizinha parecer difícil, não comeces a sofrer pelo que há-de vir logo de manhã. Por isso respira fundo e ataca esse dia com garra.
E vocês por aí como se dão com as manhãs, especialmente nesta fase de "desconfinamento"? Voltaram aos hábitos antigos ou conseguiram reinventar as vossas manhãs durante este período?
Para 2020 haviam muitos planos: o casamento e depois dele vários outros entre os quais uma operação.
Aqui a menina andou a dedicar-se a criar uma pedra na vesícula do tamanho de um ovo de coderniz e, como era de esperar, era preciso tirá-la de lá.
A cirurgia foi adiada devido ao Covid mas assim que foram retomadas as cirurgias previstas lá fui eu tirar a dita cuja.
Era supostamente uma cirurgia "fácil", em ambulatório. Foi em ambulatório mas dai a ser fácil temos muito que falar. Enfim... adiante...
Foi uma experiência dificil essencialmente por estar sozinha, sem puder ter acompanhantes. Não que o pessoal de enfermagem não esteja lá mas o não ver uma cara conhecida pode ser uma prova. Enquanto se corre à direita e à esquerda não há muito tempo para sossegar as pessoas. Especialmente uma "miúda" que se vai restabelecer em dois tempos...
Atenção que não estou com isto a criticar ninguém mas digamos que aprendi alguma coisa em ter passado "para o outro lado". Depois de 4 anos a intervir em cirurgia compreendi finalmente o que os meus pacientes experiênciam... e isso é uma lição daquelas.
A saida de hospitalização também não foi simples. Como não podem subir acompanhantes nos serviços (obrigado COVID) vi-me obrigada a vestir-me sozinha e a percorrer os corredores primeiro para ir buscar os papéis e depois para fazer a saída administrativa.
Isto tudo com uma mochilinha às costas que, como menina precavida, tinha levado um necessairezinho e um pijaminha para o caso de ter de ficar por lá (notasse muito que estava uma pilha?), e de ter quatro furos recentemente feitos na barriga...
Chegar à entrada do hospital e vê-lo foi uma sensação de alívio daquelas. Como se finalmente se saisse do meio médico e se entrasse naquela esfera familiar onde as dores são partilhadas por todos e tudo serve para ajudar e aliviar.
Tenho acompanhado o sofrimento de quem está hospitalizado por muito tempo com todas as restrições de acompanhamento. Mas passá-lo na pele é outra coisa completamente diferente. Quase que "desumaniza" os serviços de saúde onde, cada vez mais, sabemos que o acompanhamento da rede social de apoio é fundamental.
Pessoalmente estar "sozinha" foi algo que me marcou mesmo muito. E por aí, experiências de internamentos em tempo de COVID?
(Esta aventura da Cirurgia ainda agora começou... não deixem de seguir os próximos capitulos...)
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Uma pessoa gentil é uma lufada de ar fresco num Mundo de pessoas desligadas... Alguém que nos acorda um tratamento amigável, educado e atencioso apenas pelo simples facto de sermos iguais.
Ser gentil não significa necessáriamente ser "bonzinho de mais" ou demasiado "chique", no entanto uma pessoa gentil é forçosamente bonita e elegante. Gera simpatia e respeito. E isso tudo sem gastar um único tostão...
A gentileza é algo gratuito mas da qual nos esquecemos frequentemente. E damos mais pela sua presença do que pela sua falta, muito por causa da forma rápida e desligada como levamos a vida.
Ser gentil é ser um dia de Sol no triste dia cinzento de alguém, é ser amável com todos aqueles que nos cruzam sem distinção de posição ou de proximidade, é saber ouvir e ser ouvido.
Precisamos de mais pessoas gentis neste Mundo. Eu tento fazer a minha parte... e tu também estás disposto a fazer a tua?
Esta série já começou há algum tempo atrás mas devido à pandemia e ao isolamento social achei que não era o momento propicio para a terminar.
Agora que os casamentos poderão recomeçar devagarinho gostaria de vos deixar algumas (últimas dicas) e sugestões que vos possam ser úteis na organização do vosso dia, assim como o foram para mim no dia do meu Casamento.
Espero que gostem e desejo que o vosso dia seja recheado de bons momentos e de boas lembranças. Não se esqueçam que é um dia único na vida, que nada será perfeito, mas que vai ser inesquecível de qualquer forma.
Consideração 1 : Rodeia-te de Profissionais
O dia do Casamento têm tendência a ser muito stressante. Por nossa parte, e como já tinha comentado convosco ultimamente, optámos por contratar profissionais que estavam habituados a trabalhar juntos. Foi provavelmente um bocadinho mais caro mas não falhou rigorosamente nada!
Consideração n.º 2: Não vais ver passar o dia
O Dia passa tão rápido que nem o vais ver passar, por isso aproveita ao máximo e sobretudo diverte-te. As fotos são bonitas de guardar mas os momentos vividos não têm preço.
Consideração n.º 3: Presentes Solidários
As lembranças para os convidados foi algo que nos deu muito que pensar.
Como sabemos que é um bocadinho desperdício achamos por bem ajudar uma associação ao mesmo tempo.
Por nossa parte decidimos apoiar a Make a Wish pois é uma associação cujo trabalho nos sensibiliza particularmente. E ainda recebemos muitos elogios por parte dos convidados.
Se pretendem seguir esta sugestão deixo-vos um site que pode ser junto às vossas ferramentas úteis e onde podem encontrar outras propostas de "lembranças solidárias". A pandemia deixou muitas associações aflitas e talvez seja este o momento ideal de as ajudar!
Consideração n.º 4: Aproveita
Este é o melhor conselho que te posso dar: aproveita, diverte-te, sorri e guarda boas memórias! E sobretudo sejam muito felizes! Na véspera do casamento achei que a coisa estava condenada ao fracasso e sabem que mais? Foi dos dias mais felizes da minha vida!
E assim se terminam os posts sobre a forma como conduzi o meu casamento. Obrigado a cada um de vocês por cada palavra de apreço e de apoio. E para todos os que organizam o casamento façam o favor de ser felizes!
Por aqui continua-se em frente porque o melhor ainda está para vir!
Os últimos tempos têm trazido um calor a lembrar os Verões da minha infância e, exatamente por isso, desafiei-me a listar as minhas recordações mais carismáticas de Verão.
Nasci em 1988, portanto uma boa parte da minha infância e início da adolescência foram passados nos anos 90. Nesta altura não tínhamos telemóveis, os computadores eram um luxo e o som daquela ligação à internet que recordava um "discar" de numero de telefone foi algo que me ficou para sempre na memória.
Em miúda, grande parte das minhas férias foram passadas naNazaré, e daí vem uma das primeiras recordações que quero partilhar convosco: a eterna "bola da Nivea" (que existia, e ainda existe, em muitas outras praias portuguesas).
Esta "bola" era o ponto de encontro principal com os nossos pais e ficou na memória de todas as crianças dos anos 80 e 90.
Por falar em praia, outra recordação eram os discman e os walkmans que faziam parte dos nossos indispensáveis de praia, assim como as revistas de miúdas estilo Bravo e Super Pop!
As máquinas fotográficas de rolo eram indispensáveis ou senão optávamos pelas descartáveis. Quem nunca foi "revelar o rolo" ao fotografo e descobriu que metade delas tinham "queimado"?
https://trilhoseprosas.files.wordpress.com/
Outra boa recordação dos Verões dos anos 90 são os Gelados de Gelo que, apesar das composições desastrosas, eram aqueles que mais tínhamos direito a comer... Ainda bem que os nossos pais não eram obcecados pela alimentação.
Férias de Verão condiziam com horas e horas passados na rua, a banhos nos tanques das avós mas perder um episódio dos Power Rangers ou das Navegantes da Lua era impensável... Os Jogos sem Fronteirascom o inesquecível Eládio Climaco eram outro incontornável dos dias de Verão.
Porque a Cidade dos Leões está a ser abandonada pelos nossos amigos!
A M. foi uma das poucas amigas que conquistei na Cidade dos Leões. Por aqui conheci algumas pessoas de quem gosto e que se preocupam comigo mas não os sinto como um "amigo" a sério.
A M. conseguiu em poucos meses ler-me como poucos e fazer-me assumir algumas coisas, ajudou-me e apoiou-me e do meu lado fiz exatamente a mesma coisa, pelo menos da melhor forma possível.
Ainda para mais deu-me uma certa lição pois não é daquele género de pessoa que te vai permitir que a "guardes" só para ti...e senhores como eu tenho a mania de fazer isso...
A passagem dela por Lyon, que era de apenas alguns meses, foi marcada pela pandemia. Teve muitos problemas para voltar para Espanha (e espero sinceramente que consiga chegar lá hoje) e terá algumas outras coisas para resolver ao chegar...
Esta pandemia deixou-nos a todos meio que "no meio da ponte" mas especialmente as pessoas que estavam em fases importantes ou instáveis.
A última vez que me visitou, já que estou em casa e sem me puder mexer muito por enquanto, prometeu-me uma mariscada na Galiza bem regadinha com "alvarinho". Espero que ela seja possível em breve!
Ao longo destes anos já disse "até já" a muitas pessoas e, exceto alguns casos, consegui manter essas amizades apesar da distância. Mas nunca me habituarei a dizer constantemente "adeus" às pessoas que entram na minha vida e que acabam por se afastar para seguir a sua vida ou para me deixar seguir a minha. É que não há conforto maior do que uma mesa rodeada por amigos.
E ultimamente a Cidade dos Leões têm-me trazido muitos "até já" pois os amigos vão todos partindo pouco a pouco...
Por enquanto resta-me desejar muita sorte à M e um o menos sofrido possível regresso a Vigo!
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Criança. Em primeiro lugar desejo um ótimo dia a todas as crianças aí de casa e que vocês pais, avós e familiares possam desfrutar ao máximo deles neste dia, com os devidos cuidados claro.
Neste Dia da Criança pretendia trazer-vos um assunto que me diz muito: a comparação.
Já falei aqui no blog sobre a comparação e de como as redes sociais são muitas vezes bastante nefastas para nós, exatamente por causa disso. Ela pode fazer-nos sentir mal na nossa pele, tirar-nos autoconfiança e, em casos extremos, impedir-nos de nos amarmos a nós próprios.
No entanto, e apesar de enquanto adultos sabermos que as comparações podem ser bastante dificeís de gerir, temos tendência a fazer comparações entre os nossos filhos, sobrinhos e as restantes crianças que conhecemos.
Penso que todos nós temos desejos para as "nossas" crianças. Todos nós gostávamos que elas fossem excelentes alunas, boas em desporto, sociáveis e respeitadoras, quietas e interessantes. No entanto isto são apenas as características que nós gostariamos que elas tivessem, não a forma como elas são realmente.
Cada pessoa desenvolve diferentes tipos de inteligência, podem ser mais ou menos sociáveis e mais ou menos extrovertidas e isso não lhe trás mal nenhum.
Todos nós somos constituidos de diferentes pontos fortes e de diferentes pontos fracos e uma das nossas missões de vida enquanto adultos (ou enquanto membro integrante da família de uma pessoínha em crescimento) deve ser de a ajudar a desenvolver os seus pontos fortes sem dar aos seus pontos fracos um ar de ridículos ou de pouco importantes. Antes pelo contrário, devemos ajudá-las a aceitá-los como algo integrante da sua vida e que poderá ser alterado durante a sua vida.
As crianças, tal como os adultos, precisam de se sentir apreciadas e respeitadas na sua individualidade.
Não digo com isto que tenhamos de aceitar todos os seus caprichos mas apenas que uma criança que gosta de ficar fechada em casa a ler não é menos saudável do que uma criança que é a vedeta da escola.
Comparar constantemente a "nossa" criança introvertida e sossegada com a prima que é uma tagarela e a mais bonita da festa (E isso nos dois sentidos pois os pais da menina faladora vão poder compará-la à menina que lê livros por ser mais reservada e discreta) e só vai criar mal-estar entre as crianças enquanto crescem e a sensação de que os pais teriam preferido "a outra" quando serão adultos.
E não há nada mais triste do que filhos que têm a impressão de ser a desilusão dos pais...
E por aí qual a forma com que lidam com as crianças: comparam-nas mesmo de forma inconsciente ou não? Fizeram comparações convosco quando eram crianças?