Há coisas que te dão um prazer dos "diabos"... nem tu sabes bem porquê.
Como devem saber, se já me seguem há algum tempo, este blogue surgiu como uma resposta a uma sequência de acontecimentos que me deixaram meio atordoada e sem sentir os pés no chão. (Podem ler mais aqui, aqui e aqui).
Hoje aconteceram-me duas situações que me fizeram sentir orgulhosa de todo o percurso de auto-conhecimento, de aprendizagem de autocontrolo e de reconhecimento pessoal que tenho feito ao longo destes últimos meses e o qual tenho partilhado convosco de forma mais ou menos regular.
A primeira foi uma frase que ele me disse logo de manhã e que soou a qualquer coisa como: "eu sei que tu vais fazer qualquer coisa, não sei bem o quê mas vais fazer!".
Que sorriso me colocou esta frase nos lábios, especialmente porque a ouvi vezes sem conta dos meus pais enquanto adolescente e jovem adulta e, modéstia à parte, segui sempre um caminho que apesar de difícil me permitiu fazer algumas conquistas que não foram nada negligenciáveis e que me fizeram sentir muitas vezes orgulhosa.
Esta frase soube-me ainda melhor pois fez-me sentir verdadeiramente "eu". E o meu "eu" andou esquecido num cantinho da minha cabeça durante algum tempo. Senti-me tão feliz por finalmente ele me ter "reencontrado"! ![]()
A segunda coisa que me alegrou o dia tinha tudo para correr mal. Cheguei a um dos meus serviços de afetação e deparar-me com um problema bicudo. Por motivos de substituições de férias geri o meu serviço principal a tempo inteiro e deixei o meu "serviço secundário" (chamemos-lhe assim) entregue a outras pessoas a tempo inteiro. Admito que, por me sentir menos envolvida nele, aproveitei a oportunidade para o deixar um bocadinho "entregue aos outros".
Este "berbicacho" foi, mais uma vez, fruto de um "profissionalismo" que me parece duvidoso e sobretudo com o qual eu não concordo. Especialmente porque envolveu "omissões".
Ora eu chego lá e, obsessiva como sou, quis perceber o porquê de uma ordem superior não ter sido cumprida.
Consegui perceber o que se tinha passado e a minha vontade naquele momento era de chorar: sabia que ou resolvia o assunto e ia ter de assumir os erros dos outros ou ia sentir-me mal por também eu ter pactuado com algo que me parecia extremamente errado.
Fiz uma pequena pausa de cinco minutos e decidi-me pela primeira opção.
Tenho consciência de que há apenas 2 ou 3 meses atrás teria preferido a segunda e iria ficar o resto do dia e da noite mal comigo mesma, sentiria vergonha da minha falta de capacidade de lutar pelo que acho certo.
Sei que o risco de alguém ficar "chateado" comigo é enorme pois agi em conformidade com aquilo que eu acredito e não com aquilo em que outros colegas acham certo. Mas o meu dever estava cumprido e isso é inegável. E eu sinto-me bem com isso, independentemente das possiveis (e pouco importantes) consequências.
Já agora, como não há duas sem três, agradeço a cada um de vocês as visitas, os comentários e o carinho com que me têm tratado.
O blogue passou recentemente os 50 seguidores e isso enche-me de alegria! Só vos posso prometer mais e melhor conteúdo e convido-vos a partilhar os meus textos com aquelas pessoas que estão à vossa volta e que talvez precisem de um "empurrão". Se eu fui capaz de sair de um buraco negro onde me estava a enfiar outros também serão!
Bem hajam!
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