As coisas no trabalho andam mal, muito mal. E têm sido tantas razões de queixa, mas tantas razões de queixa que já nem sei se sou eu que invento metade.
Esta semana tirei uma semana sabática e mesmo assim, mesmo assim conseguiram não parar de me dar dores de cabeça e adivinhem que, mesmo a parte do trabalho do meu chefe que ele não fez é: responsabilidade minha.
Ora pois claro! A incompetência ainda desculpo mas não assumirem os seus próprios erros tira-me do sério. Tenho vontade de ligar para todos os sindicatos e fazer chegar o assunto bem lá acima, aos altos dirigentes de quem os "chefinhos de meia tigela" têm um medo que se partem.
Alguma ideia mais do que possa fazer (para além de os espancar porque isso é "legalmente" impossível??)
E eu que estava tão optimista depois destes dias...
A Quinta Feira da Ascenção é dia de feriado municipal na minha terra natal e, apesar de não o passar por lá há muito tempo, continuo a festeja-lo.
Neste dia existe, por terras ribatejanas, a tradição de "ir apanhar a espiga". A espiga consiste num ramo composto por várias espigas, flores do campo e raminhos de oliveira e videira. Acreditasse que aquele raminho deve ser seco e guardado durante o ano para trazer boa sorte.
Cada componente da espiga têm uma representação diferente: o trigo representa o pão, o malmequer o dinheiro, a papoila o amor, a oliveira a paz, o alecrim a saúde e a videira a alegria. Podem juntar-se outras flores ou espigas dependendo da tradição local e dos hábitos familiares. Ou até se pode juntar uma qualquer flor simplesmente porque é bonita.
E desengane-se quem acha que a cumpríamos como uma qualquer outra tradição aborrecida que mantínhamos para agradar aos nossos avós. Em crianças era uma festa seguir, em família, pelos caminhos campestres e a fazer os quilómetros necessários para encontrar tudo o que era preciso. Ninguém se queixava do cansaço tal era a vontade de ter um ramo completo.
Mais tarde, na adolescência, tornou-se um dia para passar com os amigos. Fazíamos piqueniques, participávamos nos peddypappers que eram organizados pelas coletividades da terra, jogávamos à bola e passávamos horas a rir e a brincar aproveitando o dia até ao pôr do Sol.
Eu, que nem sou assim tão saudosista, morro de saudades deste tempo
Estou numa fase particularmente introspetiva da minha vida. E de entre todos os pontos bons e menos bons que tenho remarcado está um que é uma verdadeira bomba relógio: não sei dizer que não.
Não digo que não porque não quero "magoar" a pessoa que está à minha frente, não digo que não porque quero ser "queridinha" por todos ou não digo que não porque não sei como fazê-lo.
E esta história do não saber dizer não está a tornar-se um calcanhar d'Aquiles de todo o tamanho.
Se esta minha dificuldade vêm da educação ou se é mesmo um traço de personalidade não vos sei responder. Se está relacionado com o meu medo de ser "detestada" pelos outros isso de certeza. Uma coisa é certa o não saber dizer não têm-me trazido mais problemas do que soluções.
A nível profissional deixou-me desmotivada e pouco segura de mim. Deixou-me à mercê dos colegas e cheguei ao ponto de perder oportunidades por não querer "dar-me mal"... ou como diria a minha mãe "temos de nos dar bem com toda a gente"!
A nível pessoal dá-me a imagem de ser alguém pouco consistente, preguiçosa e sem vontade de lutar seja pelo que for. O que é exatamente o contrário daquilo que eu gostaria de mostrar.
É necessário e muito urgente resolver este problema que me está a fazer mais mal que bem. E para isso decidi desafiar-me da seguinte forma: Durante um mês dizer que não quando me pedirem algo que não quero fazer ou quando achar que não tenho de ser eu a fazer. O desafio vêm deste site, que têm como tema principal a inteligência emocional.
Desejo-vos uma ótima Quarta Feira e muitos não quando eles forem necessários.
Seja qual for a razão uma coisa é certa: quase todos nós temos um odiozinho de estimação pelas Segundas Feiras.
Talvez porque ela traga com ela o trabalho de sempre, com os colegas de sempre, os stresses de sempre...
E assim desperdiçamos vinte e quatro horas da nossa vida a desejar ardentemente que o dia acabe, a rezar para que o fim de semana volte depressa e a pedir a todos os santinhos o favor de resolverem os nossos problemas, de preferência sem que tenhamos de mexer o rabo para provocar esta mudança que tanto queremos.
Para esta Segunda Feira que agora começa desejo-vos:
- Motivação para fazer algo que prometeram mas que nunca tiveram energia para se lançarem;
- Vontade de agarrar no telefone e ligar aquele amigo ou familiar de quem gostam tanto mas para quem o vosso tempo escasseia;
- Desejo de provocar as mudanças que tanto desejam na vossa vida e compromisso na realização dos vossos objectivos;
- Resiliência para conseguir cada vitória;
- E sobretudo muito amor e paz nos vossos corações!
Escrevo-te esta carta pois ouvi dizer que estás a passar por uma fase difícil...
Compreendo o que sentes mas olha: tens aquilo a que chamamos uma "boa vida". Apoio não te falta, tens uma relação maravilhosa, uma profissão que, apesar de todos os dissabores recentes, te dá muita coisa boa em troca, uma família e amigos dispostos a fazer tudo por ti.
Mas mesmo com isto tudo o mal-estar tomou conta de ti: o trabalho pesa-te horrores, os colegas não ajudam e a motivação deixou de existir...
E agora? O que é que vais fazer a seguir é a pergunta que deves fazer a ti mesma! Não és um pássaro fechado numa gaiola antes pelo contrário deves ter asas para voar. Livre para fazeres o que quiseres e seres feliz!
É difícil, claro que é difícil... mas não são as dificuldades que nos fazem evoluir. Não fazer nada será muito mais difícil a longo prazo. E tens tanta gente que te ama e torce por ti. Eles merecem mais do que ver-te assim...
Se não sabes o que fazer para melhorar ouve o teu coração, escuta os teus instintos. Com certeza que vai ser difícil mas vai passar. Não há mal que sempre dure!
Estamos aqui para ti e tu estás aí para ti mesma. Afinal és tu mais do que ninguém que quer ver as coisas a melhorar.
Olha pela janela e vê como há tanta coisa bonita. Repara como, à tua volta, tens tanta gente que te ama e se importa!
A bola agora está nas tuas mãos e será a tua vez de marcares o golo da vitória.