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Crónicas da Cidade dos Leões

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10 Coisas a saber antes de emigrar

Com a crise económica que se avizinha são várias as pessoas que colocam em cima da mesa a hipótese de emigrar e por isso mesmo, nestes últimos dias, as mensagens com pedidos de informação sobre empregos, alugueres ou outros temas têm crescido nas diferentes páginas de facebook de emigrantes em França ou em Lyon de que faço parte. 

A maior parte dessas publicações são cheias de esperança mas, em algumas delas sobressaí um certo desfasamento da realidade. E foi essa crença ainda tão presente de que emigrar é forçosamente sinónimo de sucesso absoluto que me impulsionaram a escrever este post

Não quero com ele dissuadir ninguém de tentar a sua sorte até porque eu sou a prova viva de um processo que correu bem mas gostaria de vos trazer algumas lições sobre emigração que fui recebendo quer na primeira pessoa quer como alguém que presenciou as experiências melhores e piores de outros emigrantes.

Porque começar do zero não é fácil mas são os primeiros meses os mais duros e é uma decisão que deve ser tomada com "os pés bem assentes na terra", especialmente quando toda a família, inclusive crianças, está envolvida no processo. 

Outro ponto que me parece importante frisar é que a crise económica não existe só em Portugal e mesmo os países mais ricos, e consequentemente maiores recetores de emigrantes, vão pagar um preço elevado por todas as medidas de lock-down e isolamento social que surgiram ao longo do último ano e isso que pode prejudicar quem chega "à procura de uma vida melhor". 

Por isso aqui vos deixo dez coisas que me parecem fundamentais saber ou fazer antes de emigrar para que aqueles que estão decididos a partir o possam fazer nas melhores condições possíveis. 'Bora lá? 

 

- Não partir totalmente à aventura:

Pessoalmente tive a sorte, porque a falta de pessoal na minha área profissional me permitia essa negociação, de vir com contrato de trabalho assinado e casa assegurada para os primeiros quatro meses.

Essa facilidade não é dada a todas as pessoas mas é importante que, antes de embarcar numa aventura destas, já se tenha um emprego assegurado e um local para morar. Ou senão amigos ou familiares que vos possam alojar e ajudar durante os primeiros tempos. 

 

- Aprender as bases da língua:

Se não é preciso ser bilingue para emigrar parece-me necessário ter alguns conhecimentos da língua do pais de acolhimento o que, acreditem, vos facilitará a vida em muitas coisas.

Será mais fácil comunicar com possíveis patrões e colegas de outras nacionalidades (e consequentemente arranjar emprego), recorrer aos serviços de saúde e informar-se dos seus direitos e deveres. Porque infelizmente coisas menos boas acontecem e, entre possíveis doenças que surjam e ser vitima de má fé ou de contratos abusivos, não ter forma de comunicar pode ser bastante limitante. 

 

- Trazer alguns documentos traduzidos:

Pode existir a necessidade de fornecer alguns documentos do pais de origem seja no aluguer de casa, no recurso aos serviços da segurança social e por aí fora. Por isso não se esqueçam de trazer traduções (oficiais, claro) de papéis que possam ser necessários. 

Para documentos oficiais fornecidos pelo Registo Civil estes podem já vir em versão europeia (onde já estão traduzidos em várias línguas) o que é mais barato do que fazer a tradução do documento em português.

A não esquecer também de verificar as datas de validade do cartão do cidadão e da carta de condução e pedir um cartão de saúde europeu, que pode ser de extrema utilidade em caso de urgência hospitalar durante os primeiros tempos, e que é totalmente gratuito. 

 

- Informar-se das diferentes obrigações administrativas:

Saber de avanço alguns dos passos a dar quando se chega ao novo pais é fundamental para que as coisas sejam mais fáceis.

Processos como a inscrição na segurança social, obrigações de responsabilidade civil, inscrições das crianças nas escolas e por aí fora podem ser verdadeiros quebra cabeças se não estivermos já minimamente preparados para eles.

Admito que ainda hoje, ao fim de quase sete anos, há procedimentos que me parecem autênticos quebra cabeças e ainda o ano passado nos vimos com uma história de seguro automóvel nas mãos que nos deu "pano para mangas". 

 

- Chegar com alguma antecedência ao pais de acolhimento:

Há muitas coisas que são fundamentais e das quais nem nos damos conta mas quando vimos para um país novo temos de tratar delas.

Por isso chegar com algum tempo de antecedência será útil para a instalação e a realização de algumas tarefas básicas como abrir uma conta no banco ou ter um número de telefone para citar apenas algumas.

Se for mesmo a primeira vez na cidade nova é também importante conhecer a localização, e a forma de chegar, ao novo local de trabalho, ao supermercado mais próximo e por ai fora... 

 

- Não trazer a casa às costas:

Quando se chega a um novo pais podemos ser obrigados a ficar num alojamento temporário ou a ter de mudar de cidade no meio do percurso, por isso trazer apenas o essencial será uma grande ajuda para os primeiros tempos.

Outra ideia importante é a de que não vale a pena investir muito em móveis e recheio de casa nos primeiros tempos pois, em caso de necessidade, esses objetos podem tornar-se um estorvo e quanto mais baratos menos peso na consciência teremos se os deixarmos para trás. 

Em França uma boa opção passa pela compra de móveis em segunda mão já que existe muita variedade e existem lojas como a Emmaus que vendem coisas mesmo muito baratas. 

 

- Ter uma solução de saída:

As coisas podem correr maravilhosamente, e na maioria das vezes nem se passam mal, mas pode acontecer que todo o projeto derrape e aí é importante ter uma solução de saída e algum dinheiro disponível para regressar a casa em caso de necessidade.

Claro que não é esse o objetivo mas mais vale prevenir do que remediar, certo?!

 

- Preparar-se para a Saudade e para a distância:

Toda a gente calcula que a saudade dói mas é quando estamos sozinhos e nos deparamos com a dificuldade real que é viver noutro pais sem conhecer nada nem ninguém que nos apercebemos de quão difícil ela pode ser.

E se há coisa que o amigo Covid nos trouxe foi uma distância enorme entre países. 

Por isso preparação mental para a saudade e aproveitar as pessoas que vos são mais queridas antes de vir é fundamental para que o projeto se realize com maior tranquilidade. 

 

- Aceitar as Diferenças:

Uma das grandes dificuldades que a maior parte do emigrantes encontra são as diferenças culturais entre Portugal e o país de acolhimento. Seja na comida, no comportamento das pessoas e mesmo na forma de pensar. 

Aceitar estas diferenças de avanço e estar disposto a "aprender" com as pequenas falhas que todos fazemos é fundamental para uma boa integração.

E claro que todos nós conhecemos pessoas que só compram produtos portugueses, só vem televisão portuguesa e só se relacionam com outros portugueses (e na prática não há nada de errado com isso) mas mais cedo ou mais tarde, e pelas mais variadas razões, o desconhecimento da forma de fazer e da língua podem tornar-se um problema. 

E já que estamos no pais dos outros porque não aproveitar o melhor que ele também tem a oferecer?!

 

- Memorizar que "rir é mesmo o melhor remédio":

Somos estrangeiros e, quer queiramos quer não, vamos ouvir uma ou outra piada mais ou menos gentil sobre o nosso sotaque, o nosso aspeto físico ou os nossos pequenos erros de dicção ou de gramática.

A juntar a isso as anedotas sobre o nosso pais de origem ou a noção ridícula de que somos um pais de terceiro mundo (tive uma colega que me perguntou uma vez de se fazia transplantes de órgãos em Portugal, como se fosse uma espécie de especialidade francesa, o que me deixou siderada...). 

De qualquer forma é importante ter em conta que nem sempre as pessoas fazem estes comentários por maldade, apesar de existirem parvos em todo o lado, e que o melhor remédio é mesmo rir (e ser humilde o suficiente para aprender o que nos ensinam de bom grado pois nada como um nativo para nos ensinar a forma e o conteúdo da língua e da cultura do país...). 

 

E por aí alguém com mais algumas coisas que queiram partilhar? Conhecem alguém que esteja a ponderar emigrar? Não deixem de partilhar com eles estas informações.

Um grande beijinho e até ao próximo post!

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Photo by Arie Wubben on Unsplash

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